Projeto aperfeiçoado da marca romena ´Dacia´, o Renault Duster está na sua segunda geração aqui no Brasil. As duas diferenças mais significativas em relação ao modelo anterior são o para-brisa mais inclinado (o que possibilitou uma melhora no coeficiente aerodinâmico) e a adoção de uma versão de topo (Iconic) com opção de motor 1.3 turbo/flex.
Essa unidade com 4 cilindros em linha e injeção direta de combustível, doa potência variável de 162 a 170 cv de força quando abastecida somente com gasolina ou somente com etanol, respectivamente. Em ambos os casos, o torque de 27,5 kgf.m é invariável.
Este propulsor foi desenvolvido numa parceria entre Renault, Nissan e Daimler (detentora da marca Mercedes-Benz). Com baixo nível de ruídos e vibrações, o motor é o ponto mais positivo desse carro.


Parte externa >> São poucas as diferenças no design externo desse carro em relação ao Duster de primeira geração. Destaque (na minha opinião, negativo) vai para os chamados ´faróis de longo alcance´, um adorno de tamanho e gosto discutíveis encravado no para-choque frontal.


Juntamente com os faróis auxiliares e com os dois faróis principais, são seis elementos de luz na composição. Funcionam muito bem, mas esse opcional englobado no ´kit aventura´ é de péssimo gosto estético.


Por dentro >> O Duster Iconic 1.3 TCe é o mais caro da linha. A escadinha dá-se assim: Duster 1.6 Zen (somente com câmbio manual) R$ 107.990; Intense 1.6 (CVT, automático) R$ 118.900 e Iconic 1.6 (CVT, automático) por R$ 127.900. Esses três primeiros vêm com motor 1.6 aspirado com 4 cilindros em linha e apenas 120 cv de força.


O veículo por mim testado (mais luxuoso da gama) tem valor sugerido de R$ 138.990. O modelo comporta até 5 passageiros, mas é adequado com conforto para, no máximo, quatro pessoas. Seu acabamento é razoável, já que abusa do uso de plásticos e não encanta pelo primor, mesmo utilizando forração de couro sintético nos bancos.


Essa solução (plástico em excesso + couro…) é extremamente inadequada para lugares de clima quente, como no nordeste brasileiro, por exemplo. O bonito tecido (que imita um jeans desgastado) que forra parte das portas, seria muito mais charmoso e confortável do que o couro sintético nos bancos.


Tecnologia embarcada >> Bem completinho, o Duster Iconic 1.3 TCe oferece controlador automático e limitador de velocidade, tela central de 8 polegadas e computador de bordo acanhado na parte do meio dos mostradores clássicos com ponteiros do painel de instrumentos.


O visual da tela, a legibilidade e o layout das informações ainda precisam melhorar muito na Renault para chegar à um excepcional resultado como hoje exposto, por exemplo, no VW Taos e demais SUVs dessa marca alemã. A Renault, apesar de oferecer alguns manejos no volante multifuncional, ainda insiste em manter o chamado ´comando satélite´ grudado à coluna de direção.


Ponto interessante da central multimídia é a possibilidade de reproduzir o som de mensagens de áudio e vídeo recebidas no aplicativo WhatsApp. Outro detalhe importante de segurança são os sensores de ponto cego nos retrovisores externos e as quatro câmeras que exibem frente/traseira e lados do carro, ajudando na hora das manobras de estacionamento.

Impressões gerais >> O Duster turbo enquadra-se como um SUV compacto. É robusto, durável e feito na medida certa para encarar as péssimas vias brasileiras. Tem baixo nível de ruído, pouca aspereza, suspensão silenciosa e é estável em curvas. Inclusive me agrada mais a posição de dirigir dele do que a do Captur, outro SUV dessa marca. Tem boa ergonomia, oferecendo ajuste de altura no assento do motorista e regulagem de altura e profundidade do volante.

Seu porta-malas tem ótimo tamanho (475 litros), mas o estepe fica por baixo do assoalho, assim como numa picape, portanto, tem difícil acesso. Tudo bem: furou, ligue para a sua seguradora ou submeta-se a um contorcionismo indigesto para trocar o pneu.

A Renault me enviou o modelo abastecido 100% com etanol. Pisando mais leve que o Ricardão fugindo do marido traído… só consegui 5,6 km/litro de consumo na cidade. Muito pouco! No geral, carro interessante, honesto no seu propósito e como eu já disse, extremamente robusto. Tornar um Duster um veículo inservível é uma árdua missão.

(Uma curiosidade: no Brasil, cada litro ou 1.000 ml de “gasolina”, vem composto de 730 ml de gasolina pura e 270 ml de álcool hidratado e cada 1.000 ml de etanol hidratado possui cerca de 94% de álcool puro e 6% de água, ou seja, os carros nacionais têm os motores mais incríveis do mundo, por conseguir queimar essa mistureba toda!) (Fotos: agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)