A consolidação de um veterano e os incômodos da nova concorrência

Em 1966 a fabricante japonesa Toyota Motor Corporation introduziu no seu mercado local a 1ª geração do Corolla, na época, um modelo com proporções bem reduzidas e qualificado como um subcompacto. Em latim, a palavra ´Corolla´ significa ´coroa pequena´ e segue uma tradição dessa marca nipônica de sempre ´batizar´ os seus sedãs com nomes derivados do verbete inglês ´Crown´ (coroa). Cuidadosamente projetado, o Corolla conseguiu um feito absurdamente impressionante: apenas 8 anos após o seu lançamento, tornou-se o carro mais vendido do mundo e, depois desse honroso destaque, consolidou-se até hoje como um dos veículos mais comercializados de todos os tempos.

Seus principais concorrentes diretos sempre foram os (também japoneses) Honda Civic, Nissan Sentra e Mitsubishi Lancer, mas, em confronto de números, em unidades diretas vendidas, o Corolla sempre manteve uma disputa acirrada com o Volkswagen Golf, assim como em 1997, rompendo a marca de 50 milhões de unidades comercializadas, ultrapassou o carismático e famosíssimo VW Fusca em números totais. Hoje, absolutamente consolidado no segmento de sedãs médio-compactos, o Toyota Corolla reina na liderança em muitos mercados, inclusive no Brasil, com vendas bem mais altas que os outros. Ele é um dos destaques dessa semana no mercado nacional, já que chega às lojas (ainda na sua 12ª geração), mas já ofertado como ´ano/modelo´ 2024. O Corolla, apesar de veterano, é um produto tecnologicamente moderno e muito atual em termos de design. Sarcasticamente apontado como ´carro de tiozão´ e maldosamente apelidado de ´Vovôrolla´, essa máquina de origem nipônica é, provavelmente, o veículo de passeio mais confiável do mundo em todos os tempos. Não estou exagerando e nem sendo pago pela marca para escrever isso. É fato comprovado. Dentro de outro cenário, apresento uma nova configuração do carro chinês BYD Dolphin para você curtir aqui no site e na nossa página no Instagram (@acelerandoporai.com.br). Esse hatchback compacto e 100% elétrico, chega ao Brasil na versão ´Plus´, que traz, dentre vários opcionais e itens de série, teto solar panorâmico, rodas aro 17”, pintura bicolor e o melhor: nova motorização com 204 cv de força. A BYD Brasil lança esse carro por R$ 179.800, um preço condizente com os pacotes tecnológicos de performance e segurança, ofertados.

Como tenho dito por aqui, algumas marcas chinesas – como BYD, GMW e Chery, principalmente – têm causado um significativo incômodo no mercado de veículos elétricos. Porquê? Simplesmente porque estão colocando no mercado alguns ótimos produtos, repletos de tecnologia e extremamente bem resolvidos nas questões de design e arquitetura interna. Deflagrou-se, recentemente, uma guerra contra marcas e veículos chineses que estão sendo ofertados a preços altamente competitivos e entregando uma qualidade produtiva inquestionável no mercado brasileiro. Alguns executivos de grandes e tradicionais fabricantes já colocaram a ´boca no trombone´ e estão a berrar a favor da volta da cobrança de 35% do imposto de importação para veículos elétricos, ou seja, ao invés de admitir e aceitar as práticas democráticas do chamado ´livre comércio´, colocando, também, em seus showrooms, produtos inovadores, bem feitos e com preços ousados, estão pleiteando manobras governamentais que colidem frontalmente com o difícil exercício da concorrência, detalhe que ´separa os homens dos meninos´ no já conhecido jogo voraz do capitalismo. Acho que nesse contexto vale a máxima do ´adapte-se ou morra´. Vamos aguardar o desenrolar dos fatos e ver quem vence: empresas chinesas alinhadas às demandas do mercado ou velhos dealers europeus e norte-americanos que, nesse momento, só fazem reclamar… (Fotomontagens: agência FBA, a partir de imagens originais de divulgação da Toyota Motor e BYD Brasil).