No último dia 26 de março um gigantesco navio cargueiro com mais de 31.000 toneladas colidiu contra um dos pilares de sustentação da ponte Francis Scott Key, localizada em Baltimore, cidade mais populosa do Estado de Maryland (Estados Unidos). Estimativas de alguns jornalistas especializados no segmento de seguros, mostram que – somente a reconstrução da ponte – deverá custar US$ 590 milhões (aproximadamente R$ 3 bilhões) e outros “danos periféricos” deverão ultrapassar mais de US$ 1 bilhão, ou seja, um erro de navegação gerou um prejuízo colossal, além de atrasos enormes em logísticas de todos os tipos.
O segmento automotivo norte-americano, por exemplo, sofrerá perdas mais severas, já que o Porto de Baltimore é o maior centro de importação e escoamento de veículos dos EUA. Por lá é que chegam praticamente 100% dos automóveis que vêm da Alemanha, Coreia do Sul e Japão. E de lá, por sua vez, saem veículos para várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Esse acidente ainda não totalmente esclarecido gerou o típico “Efeito Borboleta”, fenômeno observado pelo meteorologista/cientista Edward Lorenz nos anos ´1961. A partir de dados (intensidade de chuvas, ventos e temperatura) inseridos num computador, Lorenz conseguiu identificar a previsão do tempo para vários dias. É de sua autoria a frase “O bater de asas de uma borboleta no Brasil pode provocar um furacão no Texas”. Isso serve para descrever as consequências que alguns eventos, aparentemente simples, podem gerar movimentos caóticos a milhares de quilômetros de distância. O ´efeito borboleta´, portanto, está intimamente ligado à ´teoria do caos´. Muita gente questionou nas redes sociais as razões (ainda não conhecidas em sua totalidade) desse acidente marítimo. E outra discussão surgiu: será que a presença e o comando da embarcação pela IA (inteligência artificial) teria evitado a catástrofe que gerou, inclusive, mortes humanas? Essa é outra questão que somente o futuro irá desvendar. Sobre esse tema específico, a ´NTT´ (gigante japonesa de telecomunicações e tecnologia) está desenvolvendo um novo sistema que usa IA para detectar a capacidade cognitiva de motoristas idosos. A partir daí a NTT pretende desenvolver soluções para evitar acidentes corriqueiros. Do mesmo modo, fabricantes de aviões deverão introduzir, largamente, a Inteligência Artificial nos cockpit´s, mesmo que ela represente apenas uma vigilância silenciosa e atenta aos movimentos e olhares de pilotos e copilotos. A Inteligência Artificial deverá compor o principal posto de segurança ativa em todos os tipos de veículos terrestres, marítimos e aéreos. Creio que a introdução da IA no segmento da mobilidade, se constituirá numa espécie de ´Minority Report´, a trama nascida do conto de Philip K. Dick, que virou filme de ficção científica em 2002 com Tom Cruise em ação sendo dirigido por Steven Spielberg. Lá, os possíveis crimes eram antevistos por videntes especiais e, por consequência, tragédias eram evitadas. Ainda estamos bem longe da exatidão desse longa metragem, mas, soluções parecidas já começaram a surgir. (Fotomontagem: Ag FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)