Alguns redutos automotivos importantes, como a Europa e Estados Unidos, por exemplo, estão tentando travar importações de produtos chineses (inclusive automóveis elétricos, obviamente) por intermédio da elevação das tarifas de impostos. A partir de 1º de agosto de 2024, quem quiser comprar algum carro chinês para revender dentro do território norte-americano terá uma incidência de quase 103% no valor da negociação. Isso é uma medida protecionista do governo Biden e agradou a vários setores daquele país. Do mesmo modo, autoridades europeias do ramo de veículos, nesse sentido, também estão em ´pé de guerra´ com a Ásia. Mas é aquele negócio: enquanto alguns choram… outros vendem lenços!
Atualmente o mercado chinês possui, aproximadamente, 50 marcas de veículos elétricos, boa parte delas funcionando a pleno vapor e exportando para o mundo inteiro, inclusive para o Brasil, que continua com a demanda bem aquecida por carros 100% elétricos e, principalmente, por híbridos plugáveis (que necessitam de recarga da bateria na rede elétrica), ou seja, os chineses continuam a remar com total afinco, pois acreditam que, sim, os automóveis elétricos tomarão conta da maioria do mercado, apesar de fatores contrários como o desenvolvimento de combustíveis sintéticos, falta de infraestrutura de recarga, dúvidas sobre o valor de revenda na condição de ´usado´ e até a própria cultura de desconfiança nesse tipo de tecnologia, pelos consumidores tradicionais de veículos a combustão. Um dos pontos sensíveis para o sucesso dos elétricos é o acesso às baterias mais baratas, eficazes e com design adequado ao projeto do veículo. Uma bateria para carro elétrico contém, basicamente, aço, alumínio, cobalto, cobre, ferro, grafite, lítio, níquel, manganês, dentre outros elementos químicos e, apesar da expertise atual dos engenheiros, estes elementos combinados estão quase atingindo o seu limite de desenvolvimento, ou seja, a capacidade, autonomia, tempo de recarga, resistência, entre outras minúcias, devem permanecer no patamar atual. Marcas mais sólidas financeiramente continuarão a comprar baterias de fornecedores terceirizados, mas, antes disso, estarão à frente da concorrência se puderem ter os seus próprios parques industriais de fabricação de baterias. Esse precioso e indispensável elemento do projeto já tornou-se (em alguns casos, como na BYD, por exemplo) parte da composição estrutural do veículo. Um pacote moderno de bateria ocupa quase todos os espaços inferiores do carro, integrando-se ao chassi como peça fundamental do processo de rigidez torcional, colaborando, inclusive, com a segurança do veículo em caso de colisão severa. Logicamente, ter fabricação própria ao lado da linha de montagem representa custos mais baixos, integração de áreas e rapidez no desenvolvimento. Quem tiver os cofres mais cheios de dólares, maior acesso à tecnologia e parceiros fieis, vencerá esta feroz briga que ocorre em silêncio, ofuscada pelo doce rolar dos veículos eletrificados… (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)