O tema `carros autônomos´ já se incorporou à sociedade desde o bate papo informal nas mesas de um bar, aos simpósios mais sérios sobre mobilidade humana. É uma tendência irreversível e mais forte até do que a dos veículos elétricos, eu diria. Afirmo isso, pois entre a adoção de automóveis alimentados com cargas oriundas de energia elétrica, ainda há a possibilidade da vitória dos combustíveis alternativos (sintéticos e não-fósseis) como concorrentes aos modelos puramente sustentados por baterias. A questão da existência do veículo autônomo é mais significativa, pois se apresenta como uma realidade entrelaçada com o futuro do planeta Terra. A população global está envelhecendo, mas quer continuar vivendo bons momentos, muitos deles a bordo de veículos autônomos. Dentro desse contexto há um gigantesco segmento do mercado automotivo ainda inexplorado, aonde surgem idosos, pessoas que querem sair para beber e se divertir, outros tantos que não têm mais paciência para conviver com o trânsito caótico, além de uma parcela enorme de jovens que simplesmente não desejam comprar um carro. Tão (ou mais) importantes do que todos esses nichos juntos, está o oceano de PcD´s (pessoas com deficiência), ávidos por saberem como funciona um veículo autônomo e quando ele estará disponível no mercado.
Somente no Brasil, por exemplo, existem cerca de 17,3 milhões de pessoas com deficiência. Nos Estados Unidos são quase 58 milhões de seres humanos com algum tipo de deficiência, em sua maioria, impedidos de guiar um carro. Infelizmente, os carros autônomos ainda precisam de ajudas periféricas para trafegar nas estradas, dentre elas, sinalizações inteligentes que “conversem” com as câmeras e radares dos veículos, internet potente e sem falhas, faixas perfeitas pintadas no asfalto, além da própria tecnologia embarcada que precisa ser extremamente eficaz. Japão, Suécia, Noruega, Estados Unidos e Alemanha já estão testando esse tipo de veículo em entregas de encomendas, alimentos e até de locomoção de pessoas em trajetos previamente estabelecidos. Ainda não é um assunto totalmente dominado, mas em vias de conclusão. Evidentemente, os custos para a implementação de uma frota autônoma gigante serão estratosféricos e esse deverá ser o principal motivo do atraso, pois envolverá longos entendimentos entre os setores público e privado. Mas esse dia chegará! Estima-se que os carros autônomos vão gerar (nos primeiros quatro anos de existência real nas ruas) dois milhões de novos empregos no setor automotivo, sem contar nos muitos bilhões de dólares que a indústria vai lucrar com esse novo tipo de consumo. No próximo dia 21 de setembro celebra-se ´O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência´, data que foi oficializada pela Lei nº 11.133/2005 que tem como objetivo conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Veículos autônomos são, a meu ver, um ótimo exemplo de inclusão, já que pessoas que não conseguem dirigir, poderão adentrar no universo da mobilidade. Eu desejo que – além dos carros autônomos – reapareçam os cinemas tipo ´drive-in´, melhores ambientes do mundo para se conseguir o primeiro beijo numa noite escurinha… Os autônomos, verdadeiros carros do futuro, serão as pernas, braços e os olhos de muita gente! Eles já são realidade. Agora, só precisam se transformar em produto de larga escala, portanto, com preços mais acessíveis, para chegar às garagens da sedenta maioria. (Foto: YouTube – free royalties / Instagram: @acelerandoporai.com.br)