Com base em dados de produção publicados anualmente por respeitadas instituições que representam os fabricantes automotivos, estima-se que até o ano de 2031, um terço da produção global dos automóveis de passeio será composto por veículos eletrificados, ou seja, híbridos ou 100% elétricos alimentados por bateria. Portanto, com uma frota sendo renovada dessa maneira, as medidas eficazes contra incêndio serão prioridade nos projetos modernos.
A indústria automotiva já mergulhou numa nova era de evolução de padrões construtivos, e a cartilha básica desse contexto está ligada à uma produção mais limpa e sustentável (que atenda exigências governamentais), à redução de peso e ao alto padrão de segurança. Todas as marcas que quiserem tentar se manter no mercado terão que atender a minuciosos requisitos de qualidade que envolvem a resistência e a durabilidade da estrutura básica da carroceria, a versatilidade da plataforma, diminuição de custos de manufatura e todos os tipos de eficiências construtivas possíveis.
Muitas soluções utilizadas pela indústria dos automóveis foram herdadas do universo aeroespacial. Estudos de aerodinâmica sempre foram prioridade nesse ramo. Hoje em dia, a diminuição do arrasto é um dos pontos cruciais na luta pela economia de energia, seja ela elétrica ou vinda da combustão dos motores. Os adesivos estruturais também vieram dos aviões para os carros, doando rigidez torcional extra e eliminando muitos pontos de solda. O design mais eficaz, a redução da massa e o melhor aproveitamento dos compartimentos internos e externos, sempre atuam em conjunto no desenho industrial de um veículo.
A fibra de vidro foi um material muito utilizado na substituição de partes metálicas importantes de um automóvel, principalmente em modelos esportivos e de fabricação em baixa escala. Durável, resistente, porém, muito pesada, foi substituída pela ´fibra de carbono´, muito mais resistente e leve, além de apresentar uma moldabilidade mais ampla. A fibra de carbono sempre foi muito cara e demandou mão de obra especializada, por essas razões, não se popularizou tanto quando à manta de vidro.
A evolução da engenharia química – fantástica ciência que está presente de maneira quase invisível em praticamente tudo o que nos cerca no cotidiano – já gerou impressionantes materiais que estão suplantando, por exemplo, o Kevlar, algumas borrachas, tecidos, diversos tipos de plásticos de uso recorrente e a própria fibra de carbono. Pouco a pouco, essa nova nomenclatura vai começar a aparecer na mídia. Veja a seguir se você já conhece alguma dentre elas.
O “Durabio” é um incrível polímero derivado das plantas! Produzido com baixas emissões, ele pode ser colorido em vários tons, podendo ser utilizado em peças externas do veículo, como os retrovisores, a grade, etc. O “Marvyflo” é um composto de moldagem por sopro, que pode se transformar num painel, numa forração de portas, entre outros. Altamente resistente ao calor, é muito mais leve e pode ostentar aparência ´premium´, sem custar tanto ao fabricante. Já o “KyronMax” é um material bastante leve, tão moldável quanto um plástico e que tem mais resistência que um metal como o aço! Ele é ideal para suportes estruturais, como os compartimentos de baterias ou até mesmo as suspensões. Existe também o “Acryking”, um tipo de revestimento perfeito para criar as “bolhas” dos faróis e lanternas dos carros. É extremamente resistente aos arranhões e à degradação pelos raios UV.
E para combater a chamada “fuga térmica”, ou seja, os possíveis incêndios em veículos eletrificados, existem os espetaculares materiais ´Therminsynx´, ´Tefabloc´ e ´Novaduran´, criados por uma divisão de engenharia química da famosa marca japonesa Mitsubishi. O futuro já se tornou presente, pois todos esses materiais já estão disponíveis, sendo comercializados e utilizados em boa escala pela moderníssima indústria automotiva atual.
Como dá para perceber, as velhas mantas de tecido, isolantes à base de borracha e asfalto e outras tantas fitas e adesivos pesadões, estão em franca obsolescência. Sem ninguém perceber, os carros já morreram e estão ressuscitando pelo movimento da eletrificação, agora mais leves, seguros e eficientes. (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)