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Como evitar o “sequestro emocional” na escolha do carro (e nas outras escolhas)

A menos que você pertença ao grupo de indivíduos com transtornos de personalidade antissocial, é provável que tenha se arrependido de decisões mal tomadas, algumas com prejuízos irreversíveis. Mas não se culpe demasiadamente; o excesso de apelos dificulta tudo. Lembra-se do velho Antônio Abujamra, diretor de teatro e TV? “Enforque-se nas cordas da liberdade!”

Além disso, escolhemos influenciados por nossos hábitos, crenças (conscientes e inconscientes), emoções, filtros e experiências. Daí Anaïs Nin dizer que vemos as coisas como nós somos, não como elas são.

Mas há filtros úteis, especialmente os forjados pelas bordoadas da vida. O filósofo Friedrich Nietzsche, dizem, usava seu bigode imenso e desgrenhado para afastar os preconceituosos, livrando-se, assim, dos idiotas que julgam pela aparência.

As palavras também podem ser um bom filtro. Uma amiga pagou caro por subestimar as entrelinhas de um conto escrito pelo ex-namorado, no qual a realização suprema do protagonista era ser invejado por ter a mulher mais desejada pelos frequentadores de um boteco e traí-la enquanto ela lhe preparava uma festa surpresa. De acordo com a neurociência, as boas escolhas surgem da combinação entre intuição e insight, processada principalmente pelo hemisfério direito do cérebro. A intuição permite compreender algo instantaneamente, sem raciocínio consciente, enquanto o insight possibilita entender profundamente um problema.

O que isso tem a ver com a compra de um carro? Segundo a neurociência, a negociação envolve não só aspectos práticos, como pesquisa e comparação de preços, mas também uma complexa dinâmica psicológica. Precisamos estar conscientes para fazer escolhas racionais baseadas em nossas reais necessidades e desejos, e não nos dos outros.

Sequestro emocional >> Em entrevista ao site Car Leasing Concierge, a dra. Barbara Schwarck, fundadora e CEO da Clear Intentions International, alerta para o “sequestro emocional” – uma reação instantânea que causa comportamento impulsivo e perda temporária de controle racional. Para evitar ser “sequestrado” por reações emocionais ou irracionais durante o processo de compra, Schwarck aconselha:

1) Escolha o momento certo. Espere até estar descansado, bem alimentado e com a mente tranquila. Um comprador em boa forma está mais apto a tomar decisões acertadas e resistir a pressões indevidas.

2) Mantenha-se alerta e consciente. Esteja atento a cada interação, palavra dita e, especialmente, às suas próprias reações para evitar armadilhas emocionais. As principais são: urgência e escassez (pressão para decisão rápida); indução ao medo de perder a oportunidade, apresentação de muitas escolhas para confundir; foco nos benefícios imediatos sem considerar os custos em longo prazo; oferecer pequenos favores para criar obrigação de compra etc.

3) Conheça suas opções de resposta. Na hora da compra, você tem três opções principais: 1. Avançar (lutar): negociar assertivamente, mesmo que o ambiente pareça hostil. 2. Recuar (fugir): abandonar a negociação se sentir que não está indo a lugar algum. 3. Pausar: dar um tempo estratégico para reorganizar seus pensamentos. Quando o assunto é a compra de um carro, uma escolha que geralmente o acompanhará nos próximos anos, não hesite em pedir um tempo, buscar uma segunda opinião e se informar tanto quanto possível sobre o modelo a ser adquirido. (E, nos outros assuntos, especialmente os do coração, lembre-se do conselho de Frida Kahlo, que comeu o pão que o diabo amassou nas mãos de Diego Rivera – mesmo ele sendo terrivelmente feio: “Onde não puderes amar, não te demores”. A vida é curta. (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)