Partindo do zero com um projeto inédito, a Ford inicia nova etapa na carreira da Ranger, sua picape de tamanho médio que tem currículo vitorioso em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. O novo utilitário foi apresentado aos jornalistas especializados da América do Sul em Salta, Argentina, país aonde será fabricado e exportado ao mercado brasileiro.
A empresa diz que os pilares “Potência + eficiência”, “Robustez com conforto” e “Segurança com tecnologia” foram o norte desse empreendimento que custou mais de 1 bilhão de dólares aos cofres da Ford. O veículo – que engrossa a concorrência com Volkswagen Amarok, Toyota Hilux, Mitsubishi Triton L200, Nissan Frontier e Chevrolet S10 – posiciona-se nesse instante como a mais potente da categoria, pois, há versões com 200 hp de força.
Projeto inédito >> A Ranger 2013 foi desenvolvida na Austrália e tem, desde a plataforma, tudo novo. Entre o time multifuncional de engenheiros e designers, também houve participação brasileira. “O objetivo principal da Ford nesse novo projeto, era reinventar a picape Ranger mantendo a qualidade construtiva que ela sempre possuiu e nós conseguimos isso. Foram 4 anos de pesquisa de mercado, mais de 1 milhão de quilômetros rodados em testes exaustivos para, finalmente, colocar no mercado um produto com altíssima qualidade e com um nível de segurança jamais visto”, destacou Marcelo Tozini, engenheiro chefe de produto para a América Latina.
Motores >> A nova Ranger (que será produzida em 3 continentes: Ásia, África e América) é mais um produto de concepção global da Ford. A marca norte americana garante que o padrão de qualidade e acabamento é idêntico nos 180 países onde a picape será comercializada, obviamente, com algumas alterações em configurações de cores e opcionais.
Quatro opções >> A partir de agora a picape será ofertada com quatro opções de motores. No Brasil serão três: dois movidos a óleo diesel e um “Flex” (bicombustível: álcool e/ou gasolina). A primeira unidade é o Ford Duratorq TDCi 3.2 (3.200 cilindradas) de 5 cilindros a diesel. Ele entrega 200 cv de potência máxima aos 3.000 rpm e ostenta torque aproximado de 47 kgf.m entre 1.500 e 2.750 rpm. O fabricante diz que esse motor é capaz de consumir apenas 1 litro percorrendo 12,8 quilômetros. O outro alimentado com diesel, é o Ford Duratorq 2.2 TDCi (125 cv e 33 kgf.m de torque). Para os mercados externos (que consomem gasolina pura sem adição de etanol), haverá o motor Ford Duratec iVCT de 166 cv e 22,5 kgf.m.
Novo motor “Flex” para o Brasil >> Apenas para o mercado nacional (construído numa fábrica da Ford no México) virá o novo motor 2.5 Flex. Esse 4 cilindros desenvolve, respectivamente, potência e torque variáveis de 168/173 cv e 23,6 e 24,3 kgf.m quando abastecido somente com gasolina ou unicamente com etanol. A fábrica indica consumo de 11 km/l em medições com parâmetros da norma “NBR 7024”, que simula diversas situações de condução em laboratório.
Ao volante da nova Ranger >> Como já citei diversas vezes, tanto aqui no site, quanto na Gazeta Auto, as picapes modernas evoluíram muito em tecnologia e segurança. Saltaram de meros veículos transportadores de cargas para carrões até bem confortáveis e que transferem status aos seus proprietários. Com a Ranger não foi diferente. Tal qual suas concorrentes, teve que, literalmente, crescer e aparecer para continuar na briga.
A Ford ampliou o catálogo e agora a fabricará atendendo a todos os tipos de clientes possíveis, desde os que a querem apenas para o trabalho, àqueles que a usarão como um carro de passeio. Ela virá em diversas versões com variações de câmbio (manual de 5 e 6 marchas e automática apenas de 6 velocidades), com cabine simples e dupla e com preços que variam de R$ 61.900 a R$ 130.900. Guiei a versão topo de linha “Limited” com o novo motor a diesel de 5 cilindros. A primeira impressão com o veículo funcionando é o silêncio do propulsor e, menor ainda, os ruídos que o mesmo passa ao habitáculo. A Ford conseguiu amenizar vibrações e ruídos com coxins hidráulicos montados no trem de força e também em ligação deles com a carroceria. Por dentro o acabamento é digno e condizente com os valores pedidos. Há opções de bancos em couro e o câmbio automático proporciona um conforto extra. As portas, teto e painel de instrumentos combinam forrações de tecidos, plástico e algum metal de maneira elegante, até charmosa demais para um utilitário.
Frigir dos ovos >> Agora a nova Ranger possui tanque de combustível de 80 litros, o que amplia a autonomia. Com 8 sistemas de segurança, o modelo exibe tecnologia de sobra para transpor obstáculos off-road: 1) Sistema dinâmico de controle de segurança ativa; 2) Controle de estabilidade e anticapotamento; 3) Controle de tração (TCS); 4) Controle eletrônico de descida (HDC) que dispensa os freios em descidas íngremes; 5) Assistente de partida em rampa (HLA), que mantém o veículo freado por 2 segundos; 6) Controle de oscilação de reboque (TSM); 7) Assistência de frenagem de emergência (EBL) e Controle de carga adaptativo (LAC). O utilitário traz, também, 6 airbags e moderno conjunto de frenagem com ABS, como complemento desse pacote. Como item adicional de economia de combustível, há um indicador de troca de marchas ideais e, como mimos de conforto, existem o sensor de estacionamento e a câmera de ré integrada ao retrovisor interno. A nova Ranger possui motores com bomba de combustível de pressão variável e turbocompressor de geometria modulável, ambos incentivadores de maior produtividade de energia com menor índice de emissões.
Interessante automóvel, encara submersões inimagináveis na água e, como opcional, poderá vir com o “snorkel”, respirador externo, acessório que faz a alegria dos praticantes de trilha fora de estrada. Desfrutei da exótica paisagem de Salta, um seco e sedutor vale rodeado pela bela Cordilheira dos Andes, desci valetas, subi morros, fotografei lagos, filosofei nas montanhas, pensei nos amores e nem me dei conta que estava a bordo de uma picape…, tal a desenvoltura do veículo em percorrer lugares inóspitos sem protestar. A Ranger é boa de serviço, aliás, continua com os mesmos traços genéticos e com o carisma que a fizeram famosa no Brasil. Tem (muita) força, está completíssima em itens de segurança e, para quem queria mais conforto e uma renovação na carroceria, renasceu. A nova Ford entrega um pacote honesto. I FA
VERSÕES E PREÇOS (Valores podem variar nas regiões brasileiras)
Ranger 2.5 Flex 4X2 Cabine Simples XLS – R$ 61.900
Ranger 2.5 Flex 4X2 Cabine Dupla XLS – R$ 67.600
Ranger 2.5 Flex 4X2 Cabine Dupla XLT – R$ 75.500
Ranger 2.5 Flex 4X2 Cabine Dupla Limited – R$87.500
Ranger 2.2 Diesel 4X4 XL Cabine Simples (câmbio manual) – R$ 77.900
Ranger 2.2 Diesel 4X4 XL Cabine Dupla (câmbio manual) – R$ 92.500
Ranger 3.2 Diesel 4X4 Cabine Simples XLS (câmbio manual) – R$ 97.900
Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Dupla XLS (câmbio manual) – R$ 106.900
Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Dupla XLT (automática) – R$ 120.400
Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Dupla XLT (câmbio manual) – R$ 114.900
Ranger 3.2 Diesel 4×4 Cabine Dupla Limited (somente automática) – R$ 130.900
OUTROS ITENS
– Câmera de ré incorporada ao logotipo ´Ford´
– Rodas de liga 16 (XLS) 255 70 e 17” Limited e XLT
– 23 porta-objetos (porta óculos + console central refrigerado)
– 9 cores: Branco Ártico (sólido) , Vermelho Bari (sólido), 2 pratas (Geada e Atenas, metálicos), 2 cinzas (Ubatuda e Novara, perolizados), Preto Gales (perolizado), 2 azuis (Mônaco e Aurora, ambos perolizados);
– Opção de ar-digital; GPS; tela de LCD, banco com ajustes elétricos; computador de bordo com 7 funções, sensor de chuva de velocidade variável, 3 pontos de força 12V, piloto automático, retrovisores externos com rebatimento elétrico.
