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Jeep Commander Overland: brutalidade e doçura em boa harmonia

Lançado em agosto de 2021 no mercado brasileiro, o Jeep Commander (SUV de tamanho médio-grande) chegou para ocupar um degrau acima do Compass, modelo menor, mas que divide a mesma plataforma e o chamado ´trem de força´, com motores e caixas de transmissão em comum. O Commander se enquadra no segmento de luxo e com configuração interna para atender demandas familiares, já que oferece espaço para até sete ocupantes.

Desenvolvido e fabricado no polo automotivo da Stellantis em Goiana (PE), ele é ofertado nas seguintes versões: Longitude T270 (R$ 214.404); Limited T270 (R$ 232.310); Overland T270 (R$ 257.508); Limited TD 380 (R$ 276.891) e Overland TD 380 (topo da gama) por R$ 300.889.

Testei a versão mais cara e completa do portfólio durante vários dias, observando e exigindo ao máximo as possibilidades mecânicas e tecnológicas desse utilitário esportivo que é feito no nordeste do Brasil e exportado para vários países. Em partes, separo os pontos que mais me chamaram atenção.

Espaço interno >> Esse é o grande trunfo do Jeep Commander. Para quem precisa de espaço, é ideal para quatro pessoas com muitíssima folga, inclusive com assentos traseiros reguláveis, também, na distância. Com 7 pessoas a bordo o porta-malas oferece 233 litros para as bagagens. Com 5 pessoas no interior, o compartimento acomoda 661 litros e com os assentos da 2ª e 3ª fileiras rebatidos, são 1.760 litros de volume! Em relação ao Jeep Compass, ele é 36,5 cm mais comprido e tem 15,8 cm a mais na distância entre-eixos.

Conforto >> O sistema de suspensão nem é excessivamente macio (do jeito que os norte-americanos tradicionalistas gostam) e nem firme demais. O Commander entrega um rolar confortável, mas mantém um limite nesse quesito justamente para possibilitar o uso off-road, inclusive em condições severas. Merecia, sem dúvida, um melhor isolamento acústico na versão com motorização a óleo diesel.

Comodidades >> Completíssima, a versão Overland vem com bancos revestidos em couro e painel forrado com camurça. Os plásticos são de boa qualidade e o nível de acabamento em geral é bom e condizente com o preço. O console central tem espaço de sobra para objetos pequenos e dois apoios para copo ou garrafa, assim como há bolsões nas portas e atrás dos assentos dianteiros. Para quem curte, o teto solar panorâmico de vidro abre em 50% da sua extensão e a persiana atua bem filtrando os raios solares.

Tecnologia >> Outro ponto forte do Jeep Commander Overland é o pacote de infoentretenimento e mimos de conforto. O painel digital (10,25 polegadas) é totalmente personalizável, a tela sensível ao toque (10,1”) é de facílimo manuseio. O ar-condicionado (duas zonas) também tem saída para os ocupantes da segunda fileira e há a possibilidade de instalação de Wi-fi e conexão de 8 celulares, assim como é possível desfrutar da ´Alexa´, a famosa voz-portal-humanóide-faz tudo da gigante Amazon. O console também disponibiliza três entradas USB, tomadas elétricas e espaço para recarregamento de celular sem fio.

Segurança >> Esse SUV de luxo da Jeep do Brasil é muito bem equipado em termos de itens de segurança. A configuração Overland tem sistema autônomo de frenagem, detector de objetos e pedestres, sistema de aviso (e modo corretivo) de saída de faixa, detector de fadiga, piloto automático (ou Controlador de Velocidade de Cruzeiro Adaptativo), sistema de estacionamento e abertura de porta-malas ´hands free´ (mãos livres), alerta de ponto cego nos retrovisores, sete airbags, dentre outras comodidades, luzinhas, avisos sonoros, ET´s invisíveis, gnomos e seres imaginários que possam caber no habitáculo de um carro moderno como esse. Isso é muito bom para minimizar distrações e, consequentemente, evitar acidentes.

Motorização >> A linha Jeep Commander pode vir com dois tipos de motores, ambos com 4 cilindros dispostos ´em linha´ e com turbocompressor: T270/1.3 flex com 185 cv de força e 27,5 kgf.m de torque + transmissão automática de 6 marchas; e TD 380/2.0 com 170 cv e 38,7 kgf.m + transmissão automática de 9 marchas + adição de ARLA 32 no tanque.

Faça as contas >> Para quem vai usar o carro na cidade e em viagens curtas, a configuração bicombustível atende perfeitamente. Já para quem roda acima de 40.000 km por ano (o brasileiro, de norte a sul, percorre – em média – apenas 12.000 km/ano), a versão a óleo diesel é mais adequada, pelo menor consumo de combustível. A diferença de preço entre – por exemplo – a versão Limited T270 (que já é excelente e custa R$ 232.310) para a Overland TD 380 (R$ 300.889), ou seja, R$ 68.579 é um valor considerável que pode ser revertido em renovações de seguro, IPVA e combustível, já que o litro do diesel está bem caro atualmente…

Concorrentes >> O Jeep Commander concorre com os já conhecidos Chevrolet Trailblazer, Mitsubishi Pajero Sport, Toyota SW4, Mitsubishi Outlander, Mercedes-Benz GLB e CAOA Chery Tiggo 8. Todos eles, SUVs de tamanho médio/grande que movimentam o mercado nacional num nicho que tem preços iniciais já um pouco acima dos R$ 200.000, esbarrando em quase meio milhão de reais.

No geral… Um bom carro, sem dúvida, pra quem não necessita de muito dinamismo no dia a dia e não se importa em procurar vagas grandes (cada vez mais raras…) para estacionar. Para viajar, é interessantíssima opção para quem tem família grande ou precisa transportar muitas bagagens.

As manutenções dentro da garantia acontecem a cada 12.000 km e a Jeep oferece apenas 3 anos de cobertura total, o que é incompreensível perante a conjuntura global atual, com marcas muito menos poderosas e mais jovens a ofertar, pelo menos, 5 anos sem limite de quilometragem.

Prós e contras >> A parte interna tem boa ergonomia, os bancos são confortáveis, a visão dos retrovisores (inclusive da parte traseira) é bem ampla, os comandos são acessíveis, mas a arquitetura, o desenho do habitáculo, as soluções para se ganhar espaço e oferecer mais comodidade, mereciam um toque a mais de modernidade.

O som que conquista >> Finalizo com o detalhe que mais gostei: o sistema de som Harman Kardon que vem no Jeep Commander Overland é um dos mais equilibrados que já tive o prazer de testar. Mesmo no volume máximo, não há distorções. Só isso, para um consumidor que gosta de música, assim como eu, creio que já seja um apelo fortíssimo de venda desse carro.

Quase esqueci de dizer: a transmissão oferece o uso de 4X4 ´reduzida e traçada´. Se alguém quiser sair do estacionamento do shopping e se aventurar por aí, terá mais essa carta na manga… (Fotos: divulgação Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)