O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não estipula um limite de idade para que alguém – obrigatoriamente – pare de dirigir um veículo motorizado; no entanto, mudanças ocorridas no CTB em 2021, referentes ao tempo de validade da CNH (carteira nacional de habilitação), modificaram alguns costumes. Assim está escrito naquela cartilha oficial no 2º parágrafo do artigo 147: ´Para pessoas com menos de 50 anos, a CNH é válida por dez anos. Para condutores com idade superior a 50 e inferior ou igual a 69 anos, este tempo é diminuído para 5 anos. Enquanto para idosos com idade acima de 70, a CNH precisa ser renovada a cada 3 anos´. Evidentemente, a renovação dessa licença para se guiar, obedece a critérios bem objetivos que observam o bom estado de saúde física, mental e emocional do motorista para que a CNH possa ser continuada como documento válido. Teste de força das mãos, acuidade visual e auditiva e avaliação psicológica são obrigatórios aos candidatos.
Em maio de 2021 (ano que marcou o início dessas mudanças), um pacato cidadão chamado Antônio Genz Parize, natural da cidade de Avaré, interior de São Paulo, comemorou com entusiasmo a renovação da sua Carteira Nacional de Habilitação, afinal de contas, ´Seu´ Antônio tinha, à época, 102 anos! Seguramente ele integra uma fatia minúscula de pessoas com vigor ´fora da curva´, já que a maioria dos habilitados ao volante, aos 75 anos – em média – não querem mais saber de estar ao comando de um veículo em meio ao trânsito caótico, mas, como se pode ver, exceções existem. E você: o que pensa sobre isso?
O ato de dirigir, principalmente em cidades grandes, já se tornou menos prazeroso por diversas razões, dentre elas, a impaciência alheia, imprudências aos montes (principalmente dos motociclistas), volume gigantesco de veículos nas ruas, vagas escassas e apertadas e mais um montão de coisas desagradáveis que deixam tenso até o mais calmo dos motoristas. E como se sabe, mas, muitas vezes não se admite, o fator ´envelhecimento´ também pesa demais na decisão de pendurar as chaves ou continuar persistindo ao volante, afinal de contas, é fortíssimo o cabo de guerra emocional entre a decrepitude biológica (que é um fato incontrolável) e a resistência da alma em não envelhecer para fugir da inexorabilidade do fim carnal.
Eu me tranquilizo quando imagino que, muito provavelmente, ainda usarei um veículo 100% elétrico e totalmente autônomo. Será ótimo poder sair, mesmo que sozinho, tomar uns drinques e voltar no próprio carro batendo um ´papo cabeça´ com um divertido painel digital alimentado por inteligência artificial. Ou passear bem acompanhado olhando a lua pelo teto de vidro, sem se preocupar com o caos externo sobre rodas…
Enquanto esse futurismo todo não chega, você pode seguir desfrutando dos sistemas de aviso de mudança de faixa, frenagem automática, detector de fadiga, comutador automático de farol alto, alerta de ponto cego, piloto automático adaptativo, câmeras de 360 graus, dentre tantas outras tecnologias já existentes na atualidade. Solução melhor: você pode contratar um(a) jovem motorista competente que, além de te ajudar na mobilidade, poderá se tornar um escudeiro e confidente no cafezinho do posto pelas estradas da vida… Como se percebe, há opções de sobra para continuar desfrutando dessa máquina maravilhosa que conhecemos como ´carro´. (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)