Sucessor do Civic ou apenas um irmão mais novo metido a besta?

Honda New City impressiona pelo espaço interno, mas merecia um motor mais vigoroso e melhor isolamento acústico

O ´raio X´ básico do Honda New City é esse: veículo médio-compacto de passeio com opções de carrocerias tipo sedã (3 volumes) e hatchback (dois volumes), motor flex 1.5 aspirado com 4 cilindros em linha, 16 válvulas, 126 cv de força, torque máximo de 15,8 kgf.m, câmbio automático continuamente variável (CVT) com opção de trocas ´manuais´ via palhetas no volante, rodas de liga leve aro 16 polegadas com pneus na medida 185/55, freios a disco no eixo dianteiro e a tambor na traseira, porta-malas com capacidade para 519 litros e tanque de combustível de 44 litros.

Sistema de segurança >> Bem equipada, a versão testada (Touring, topo de linha) traz 6 airbags, freios ABS com ação paralela autônoma, alerta de saída de faixa, câmera traseira de estacionamento com três vistas (três ângulos de visão), grupos ópticos com LED (frontal com ajuste de altura) e ´piloto automático´ adaptativo.

Altos e baixos >> Silêncio ao rodar nas baixas rotações, mas não apresenta bom isolamento acústico da cabine quando o acelerador é mais exigido em retomadas. O motor tem funcionamento suave, mas os 126 cv não empolgam na hora de deslocar o conjunto de 1.170 kg. O consumo é razoável: 9,3 km/litro na cidade.

O acerto de suspensão (e o silêncio da mesma) em passagens por buracos, melhorou demais em relação à antiga geração. As hastes da tampa do porta-malas invadem o habitáculo. Até hoje somente a Renault pensou na eliminação desse problema com as ´dobradiças pantográficas´ do excepcional Mégane.

O que mais gostei? >> Por adorar ouvir música, sempre levo muito em conta a qualidade do sistema multimídia dos carros que avalio. Nesse aspecto, o New City é muito agradável. Sua tela sensível ao toque de 8” oferece manuseio muito facilitado e o som sai sem distorções (mesmo no volume máximo) por 8 alto-falantes de 20W cada. Nada excepcional, mas melhor do que a média.

Além disso, o volante multifuncional tem o esquema mais fácil de manusear as configurações do painel digital, do som, celular e piloto automático. Mesmo sem ler o manual de instruções, é possível entender os mecanismos rapidamente. Ponto positivo também para o sistema interligado entre a seta para a direita e a visão lateral (do lado direito do carro) que aparece na tela central em clara nitidez.

Pontos finais >> Como todo carro da Honda, a ergonomia mantém os assentos muito rentes ao assoalho do veículo, mas, nesse caso, me surpreendi positivamente com a boa posição de dirigir. O volante tem ótima espessura e a coluna de direção pode ser ajustada em altura e profundidade.

Para uso urbano, uma opção interessantíssima, mas não chega a ser um sucessor do Civic, que tem um porte maior e outras características.

Versões e preços sugeridos >> Honda New City 1.5 sedã EX (R$ 116.300); New City 1.5 sedã EXL (R$ 124.400); New City 1.5 sedã Touring (R$ 134.200); New City 1.5 hatch EXL (R$ 123.200) e New City 1.5 hatch Touring (R$ 132.700). Seus concorrentes são o Toyota Yaris, Nissan Sentra, VW Virtus e Hyundai HB20 S. (Fotos: Agência FBA. / Instagram: @acelerandoporai.com.br)