Podemos dizer que o Cronos é o sucessor do sedã Siena/Grand Siena na escala evolutiva dos carros da Fiat no Brasil. O modelo se configura como um sedã de quatro portas e três volumes na carroceria (capô + teto longo + compartimento proeminente do porta-malas).
Dentro do portfólio da marca italiana ele é ofertado nas seguintes versões: Cronos 1.0 (R$ 83.890); Cronos Drive 1.0 (R$ 87.990); Drive 1.3 (R$ 92.990), Drive 1.3 CVT (R$ 98.990) e Cronos Precision (R$ 106.790). As três primeiras citadas vêm com câmbio manual e as duas últimas com transmissão automática CVT (continuamente variável) que simula eletronicamente a troca de 7 marchas.
Posicionamento e concorrentes >> O Cronos é um sedã de porte compacto com capacidade para até cinco passageiros, mas os assentos de trás somente acomodam bem, dois adultos, já que o espaço central é reduzido e adequado, no máximo, para uma criança.
Os concorrentes diretos são: VW Virtus, Hyundai HB 20 S, Chevrolet Ônix Plus e Nissan Versa. Ambos se equiparam em padrão de acabamento, design atualizado, boa concepção construtiva com arquitetura moderna e segura para os padrões medidos pela Latin Ncap.
Conteúdo >> O modelo da Fiat que testei por uma semana, foi o Drive 1.3 CVT, provavelmente o único do segmento a vir com câmbio automático e que custe menos de R$ 100.000. Equipado com o pacote ´S-Design´ (que integra elementos decorativos externos e internos em grafitte e bronze escurecidos), o grupo óptico frontal traz filete DRL, pode vir com um pequeno spoiler (a unidade testada não tinha esse acessório), volante multifuncional com ´piloto automático´, controles de som e celular agregados, ar-condicionado com comando digital, tela multimídia sensível ao toque e com 7 polegadas, câmera de ré com sensor de estacionamento traseiro, direção elétrica, entradas USB frontal e traseira no console central, assistente de partida em rampa, controle de tração e estabilidade, retrovisores com controle elétrico de regulagem e função Tilt Down para o lado direito, faróis auxiliares e rodas aro 15” calçadas com pneus Pirelli na medida 185/60. Na versão de topo os bancos podem vir opcionalmente revestidos em couro.
Como anda? >> Equipado com o motor Firefly/flex 1.3 litro (1.300 cm³) de 3 cilindros e 109 cv/14,2 kgf.m de força e torque máximos, respectivamente, o sedã é adequado ao uso urbano com folga de potência nas baixas e médias rotações.
Sua aceleração de 0-100 ficou em 14,1 segundos e até os 165 km/h, manteve o comportamento estável, sem balanços laterais excessivos. O sistema de freios contempla discos no eixo dianteiro e tambores na traseira. O conjunto é equilibrado e até silencioso. Destaque positivo para a levíssima direção elétrica.
O que gostei? >> A Fiat continua acertando na ergonomia dos seus produtos e o Cronos não foge à regra: o assento do motorista tem regulagem de altura, mas a coluna de direção não pode ser ajustada em profundidade, detalhe que melhoraria ainda mais a posição de dirigir.
Mesmo assim, o sedã é agradável, tem bom porte, oferece espaço generoso para as pernas dos ocupantes de trás e o porta-malas é gigante (520 litros). Além disso, o estilo é bonito com arestas esportivas no capô e no teto, que funcionam, também, como direcionadores do ar, colaborando na aerodinâmica.
O que incomoda? >> O modelo que testei no calor escaldante do verão alagoano veio com a cor externa em Grafitte escuro metálico e todo o revestimento interno (forração do teto, bancos, guarnições de portas, console central e tabelieur) veio em plástico preto e também com um tecido preto que muito se assemelha ao nylon.
Merecia uma opção com todo o interior claro (cinza ou bege) e um tecido mais amigável. Essa combinação esquenta demais o habitáculo, o que me forçou a abaixar os quatro vidros várias vezes para dar uma forcinha para o sistema de ar-condicionado. Falando nele, apesar de ter comandos digitais facilitados, a ventilação deixa a desejar: o sopro é fraco e barulhento. A central multimídia é bem completinha e fácil de manusear, mas o sistema de som do Cronos é uma decepção para quem gosta de ouvir música. Os quatro alto-falantes não oferecem potência no volume, qualidade em graves ou agudos ou boa nitidez. E isso é um problema facílimo de ser resolvido, sem alterar significativamente o custo final do preço do carro. Na minha modesta opinião: nesse quesito do sistema de som, está faltando paixão.
Destaco, ainda, os porta-trecos excessivamente apertados e o alto consumo de combustível de apenas 7,4 km/litro em ciclo puramente urbano. No geral, o Fiat Cronos está na média, com itens de série condizentes com a tabela de preço e estilo esportivo. (Fotos: divulgação Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)