Acredito que Eugene Wesley Roddenberry e Stanley Kubrick (criadores das obras de ficção ´Star Trek´ e ´2001 – Uma Odisseia no Espaço´, respectivamente), inspiraram-se na enxurrada de bom gosto que permeou o design mundial das décadas de ´1950 e ´60.
As canetas, roupas, veículos, cafeteiras, óculos, relógios, aparelhos de som, móveis e outra infinidade de objetos, parece que surgiram de uma inspiração divina nessa época e permaneceram no inconsciente coletivo dos designers para sempre.
E o carro chinês Dolphin da marca BYD (leia-se ´biuáidi´) representa boa parte dessa essência criativa. Claramente inspirado no universo aeronáutico, esse hatch compacto oferece desenho extremamente aerodinâmico e a parte de dentro é um show à parte, digna de ser ofertada como matéria de aula em escolas de arte e design.
O modelo 100% elétrico, que já está à venda pelo preço sugerido de R$ 149.800, tem um belíssimo e futurista interior (mais espaçoso que o de um Toyota Corolla) que faz os seus principais concorrentes (CAOA Cherry iCar, JAC e-JS1 e os Renault Kwid E-Tech e Zoe) parecerem veículos do “tempo da carochinha”. Isso mesmo: tão antigos quanto esse velho termo que acabei de usar.
Com um padrão de acabamento, de fato, impecável, internamente o BYD Dolphin é uma junção de bom gosto, ergonomia acertada, funcionalidade tecnológica e conforto. Apesar de tantas linhas incomuns, cores inusuais, formas não vistas no mercado automotivo nos últimos tempos, o conjunto não é exagerado. Pelo contrário: é de um acerto estético daquele que merece aplausos.
Locais que fatalmente passariam despercebidos em outros projetos de marcas tradicionais, afloram como espaços interessantes transformados em úteis porta-trecos e afins. O painel de instrumentos traz o essencial e a grande tela multimídia de 12,8 polegadas é rotativa, podendo ser utilizada, portanto, nas posições vertical ou horizontal. No mais… texturas e acessos aos comandos são uma evidência gritante do universo aeronáutico, que moveram os talentosos Wolfgang Egger e Michele Paganetti a criar esse interessantíssimo projeto automotivo.
Posso apostar que a chegada do BYD Dolphin gerará uma ruptura nos conceitos estilísticos automotivos. Não somente em soluções ligadas aos veículos elétricos, mas aos modelos tradicionais a combustão, também.
Além dessa relevante expressão estética, o Dolphin oferece funcionalidades que estão alinhadas ao atual mundo digital: além do uso de uma chave comum é possível travar e destravar as suas portas através de aplicativo de celular, e a chamada ´tecnologia NFC´ vai adiante possibilitando o acesso ao veículo com um cartão (idêntico a um de débito/crédito) ou com um anel. Sim, um anel no dedo do usuário do carro.
Seu aparato tecnológico pode ser atualizado como APPs de celular e ele também pode ofertar a sua energia para o uso de uma cafeteira, um laptop, uma pipoqueira. Não bastasse, oferece plataforma para videogame e até ´karaoquê…´ Se são inutilidades, cabe ao público julgar, mas isso é uma oferta que ´vai além´ da concorrência e deverá agradar aos mais jovens.
No mais, sabe-se que o BYD Dolphin é montado na e-Platform 3.0, tem distância entre-eixos de 2,7 m, espaço para cinco pessoas, bateria Blade de 44.9 kWh e entrega a melhor eficiência energética disponível no Brasil, segundo o Inmetro. O modelo tem garantia de cinco anos ou 200 mil quilômetros rodados (sistema elétrico do PHEV + baixa tensão + chassis) e a bateria conta com garantia de oito anos ou 200 mil quilômetros percorridos (o que ocorrer primeiro).
Com potência máxima de 70 kW (95 cv), torque de 18,3 kgf.m e autonomia declarada pelo fabricante de 291 km, deverá liderar o segmento de carros compactos elétricos no Brasil muito em breve. (Fotos: divulgação Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)