Jeep Commander Blackhawk entrega 272 cv e tem pacote muito completo de segurança. Será que vale o quanto pesa?

A Jeep já oferece duas versões de motores para a linha Commander aqui no Brasil: 1.3 flex com 185 cv e turbodiesel de 170 hp. Ambos atendem bem ao SUV de porte médio-grande, oferecendo uma equilibrada equação de força, adequada ao uso ´manso´ de um utilitário esportivo familiar.

Para atender aos clientes mais exigentes que ansiavam por uma relação peso-potência mais aguerrida, agora há as opções Blackhawk (e também a Overland) equipadas com o novo motor ´Hurricane 4´, bem mais potente que os outros dois. A unidade 2.0 turbo com 4 cilindros – alimentada somente com gasolina – entrega 272 cv de força máxima e torque de 40,8 kgf.m. Acompanhe os detalhes do teste realizado com a versão Blackhawk, topo de linha, que tem preço sugerido de R$ 327.000

Uso ampliado >> A ´vocação´ do Jeep Commander está mais ligada ao pacato uso cotidiano do que à utilização expressamente esportiva. A versão Blackhawk (´Falcão Negro´, em português) surgiu, justamente, para doar um pouco mais de diversão ao volante. Esteticamente, a diferença entre essa configuração e as outras, é o acabamento escurecido em várias partes do veículo, tanto externa, quanto internamente.

Por fora >> Faróis, grade, logotipos, rodas, retrovisores, molduras de portas, teto e outras minúcias do acabamento externo, são pintados em preto. Até os vidros laterais traseiros são mais escurecidos na família Blackhawk. Tudo isso, certamente, amplia o ´ar´ esportivo do modelo que se diferencia, também, pelas pinças de freio vermelhas, um detalhe que precisa ser cuidadosamente estudado na aplicação de um SUV, mas que, no Commander, caiu bem. As rodas são de liga leve com aro 19” e pneus na medida 235/50.

Por dentro >> O Jeep Commander Blackhawk não tem opcionais, pois, já vem equipado com todas as possibilidades existentes no portfólio desse carro. O capricho no acabamento interno é um dos destaques positivos. O “tabelieur” tem a parte superior emborrachada, dividindo a cena com tecido ´suede´, plástico e metal de ótima qualidade.

Os bancos dianteiros oferecem ajustes elétricos (com memória para o lado do motorista) e todos os assentos são forrados com couro sintético e suede. A forração de bancos, portas, tetos e colunas tem uma tonalidade que varia entre o preto e o cinza escuro. O teto solar é panorâmico e conta com uma persiana para diminuir a incidência dos raios solares.

Como anda? >> Com o motor Hurricane de 272cv, esse SUV da Jeep foi revigorado de uma maneira muito interessante. Quem dirigir essa versão mais forte, dificilmente optará pelos outros dois motores, muito menos potentes. A aceleração de 0-100 km/h é divulgada pelo fabricante em 7 segundos e a velocidade máxima é limitada eletronicamente em 220 km/h.

É notável a diferença entre o Commander Blackhawk e as outras configurações. Muito agradável em ergonomia e ótimo nas retomadas acima de 120 km/h, ele mudou da água para o vinho com esse propulsor auxiliado pelo câmbio automático de 9 marchas. Nem dá para acreditar que a massa dele é de 1.886 kg!

Características técnicas >> Esse utilitário esportivo vem com todos os equipamentos disponíveis na linha; e o destaque recai no completíssimo pacote de assistência ao condutor, englobando ACC (piloto automático adaptativo), detector de fadiga, frenagem autônoma, assistente de alerta de saída e permanência na faixa, Park Assist (estacionamento sem as mãos), alerta de ponto cego e conjunto com 7 airbags. Isso é outro ponto forte do modelo: a segurança em larga escala.

Outros pontos >> O Commander Blackhawk traz habitáculo para 7 ocupantes, mas, cá entre nós, ele é um carro confortável apenas para quatro pessoas, já que o espaço central da segunda fileira de bancos e os dois últimos lugares localizados no compartimento de bagagens, são diminutos e somente adequados para deslocamentos curtos.

A tela multifuncional de 10,1 polegadas é de facílimo manuseio, assim como o painel de instrumentos (10,25”) congrega informações mais do que necessárias de observação de parâmetros do veículo. Os assentos são confortáveis e a posição de dirigir é boa. Na composição para 5 passageiros o porta-malas oferece 661 litros de espaço e, com o uso geral dos 7 assentos, esse número cai para 233 litros.

Frigir dos ovos >> Para quem, de fato, tem necessidade de muito espaço para transportar a família, o Commander Blackhawk é uma opção interessante. Concorre diretamente com o VW Tiguan All space e com o CAOA Chery Tiggo 8, ambos bem mais baratos e inferiores em padrão de acabamento e itens de série.

Seu comprimento total é de 4,77 m e a distância entre-eixos é de 2,79 m. Oferece comodidades como plataforma de recarregamento de celular por indução (sem fio), direção elétrica e um sistema de som de ótima qualidade com 9 alto-falantes e subwoofer da Harman Kardon.

O consumo de 5,6 km/litro na cidade é muito alto, mesmo tendo ele uma carroceria tão pesada. O Inmetro atesta 8 km/litro para esse carro, mas… acho difícil se conseguir uma média dessas dentro do ciclo urbano, mesmo com o irritante auxílio do ´stop-start´, que desliga e liga o motor nas paradas do trânsito a fim de economizar combustível.

O interior todo escuro do Commander Blackhawk (com teto solar muito amplo e que deixa entrar bastante calor), merecia um sistema de ar-condicionado mais eficiente, justamente para compensar as altas temperaturas de algumas regiões, como o nordeste do Brasil, por exemplo. No geral, sim, acho que ele vale o quanto pesa… (Fotos: divulgação Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)