Após longo período de turbulência, Carlos Tavares, CEO da Stellantis, joga a toalha…

Há muitos meses que a Stellantis vem apresentando sinais preocupantes no seu funcionamento: vendas em baixa contínua (com exceções, como o Brasil), opções de modelos híbridos e 100% elétricos que não conseguem decolar, queda de 38% nas ações nos últimos 11 meses e gritaria geral dos acionistas, evidentemente, preocupados com a diminuição nos lucros.

O grupo é grande demais, pois reúne as marcas Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS Automóveis, Fiat, Fiat Profissional, Jeep, Lancia, Maserati, Opel/Vauxhall, Peugeot e RAM e, apesar das possibilidades que a junção disso tudo traz, como, por exemplo, o compartilhamento de plataformas e outras arquiteturas, com a consequente diminuição de gastos em projetos, parece que essa casa de máquinas gigante está perdendo força.

Desde o início de 2021 à frente dessa locomotiva de proporções assustadoras, o português Carlos Tavares (CEO da Stellantis) sempre foi conhecido pela sua competência, habilidade em administrar empresas em momentos de crise e, também, por cortar custos. E foi isso que ele fez durante a sua gestão até o domingo passado (1/12), quando decidiu demitir-se.

O que se sabe até agora, é que a sua saída foi motivada por causa de “divergências de visão sobre o futuro da montadora com o conselho e alguns acionistas”. Assim descreveu um comunicado de aviso do fato. A questão é que, mesmo com bastante experiência no ramo e capacidade de lidar com situações complexas, a atuação de Tavares foi muito afetada pela instabilidade do mercado que envolve baixa procura por carros elétricos na Europa, concorrência acirrada dos chineses no mundo inteiro e até um ´fogo amigo´, já que o conselho diretivo da própria Stellantis já havia anunciado desde outubro passado, que já estava à procura de um sucessor para ele.

O presidente do Conselho de Administração da Stellantis, John Elkann, já declarou que no primeiro trimestre de 2025 um novo CEO será anunciado para substituir Carlos Tavares. Por enquanto o conglomerado será comandado por um comitê gestor interino. (Fotomontagem: divulgação Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)