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Eletropostos oferecerão um vasto ´cardápio´ de combustíveis

A escalada dos veículos eletrificados parece que, dessa vez, não terá marcha a ré. Poderão acontecer algumas quedas de vendas e até pausas programadas, mas um retrocesso aos automóveis puramente alimentados por combustíveis fósseis, não.

O panorama atual é esse: o maior mercado do mundo – a China – continua acreditando e investindo pesadamente em híbridos e elétricos. Entenda isso de um jeito mais amplo: o governo oferece incentivos fiscais, as políticas ligadas ao tema são consistentes e de longo prazo, os financiamentos para compras de carros elétricos (novos e usados) são facilitados e os investimentos em infraestrutura não param de surgir, seja por iniciativa governamental ou privada ou de capital misto.

Em boa parte da Europa rica (com exceção da Alemanha, aonde as vendas de eletrificados declinam), os investimentos em infraestrutura também crescem incentivados por metas de redução de emissões de gases poluentes. Nos Estados Unidos o andar da carruagem é um pouco diferente.

Na semana passada o atual presidente Donald Trump e sua equipe, decidiram suspender o programa de subsídios NEVI (National Electric Vehicle Infrastructure). O governo de lá cortou (mesmo que temporariamente) cerca de US$ 5 bilhões anuais (aproximadamente R$ 28 bilhões) desse financiamento focado em desenvolver infraestrutura de carregamento de baterias. É bastante dinheiro, mas representa menos de 1% do que foi investido nessa área em 2024 somente nos EUA, mercado que teve quase 1,3 milhão de veículos elétricos vendidos no ano passado.

Mesmo sem a participação do governo, e ainda que as vendas de carros eletrificados não estejam tão em alta no segundo maior mercado do mundo, os investimentos continuarão com força total, pois isso representa uma fatia lucrativa de um novo tipo de negócio que demora a dar retorno, mas que, inevitavelmente, deverá decolar. Algumas pesquisas revelam que de hoje até 2030, somente o mercado dos EUA necessitará de quase 180.000 novos carregadores em locais públicos – por ano – para atender a demanda.

Mas a chegada e a solidificação dos veículos eletrificados não representa o aniquilamento da frota a combustão em curto prazo. Haverá um convívio harmonioso entre o óleo diesel, a gasolina e, em casos como o Brasil, com o etanol também. Correndo em paralelo, grandes marcas estão investindo em modelos a hidrogênio, que, assim como os carros comuns, precisam apenas de uns 5 minutos para serem reabastecidos. E não dá para esquecer do GNV (Gás Natural Veicular), que também é um combustível fóssil e ainda bastante utilizado.

Não somente um “negócio da China”, mas, creio que investir pesadamente em vagas para reabastecimento de carros elétricos e híbridos dentro dos próprios postos de combustíveis tradicionais, transformando-os em ´eletropostos´, será um excepcional investimento com retorno certo em breve futuro. (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)