A Hyundai (detentora da marca KIA) adotou uma nova postura que sinaliza muito bem o caminho das prósperas águas do segmento automotivo em direção ao mar. A gigante sul-coreana e também a Genesis (sua outra chancela de alto luxo) desaceleraram bastante o desenvolvimento dos seus carros elétricos e estão direcionando polpudos investimentos para uma nova – e revolucionária – geração de automóveis híbridos.
A tecnologia xEV da Hyundai já existe há bastante tempo. O “TMED” (Transmission Mounted Electrical Device) foi introduzido em 2011 no modelo Sonata. Trata-se de uma configuração (batizada de “P2”) com um motor elétrico posicionado entre o propulsor a combustão e a caixa de transmissão. Um sistema de dupla embreagem gerencia a distribuição da energia.
Agora, observando que cerca de 14% das suas vendas globais já são de modelos híbridos, ou seja, já representando uma parcela significativa das negociações anuais, a Hyundai colocará no mercado um novo veículo híbrido equipado com a inédita “configuração P1”.
O ´trem de força´ Full Hybrid/TMED-II mantém o esquema ´P2´ (na entrada da transmissão) e adiciona outro motor elétrico na ´saída´ do motor. Segundo a Hyundai, a inovação trará muito mais economia de combustível em relação à geração anterior; e a empresa pretende incorporar esse novo sistema híbrido em todos os seus veículos. Se a poderosa e moderna Hyundai está com foco nesse assunto, provavelmente isso se tornará uma tendência consolidada em breve.
Em paralelo aos veículos híbridos, o segmento de elétricos segue na busca pelo posicionamento definitivo no mercado. A dúvida sobre a liquidez de um carro elétrico na condição de usado é a maior de todas nesse momento. Absolutamente ninguém tem condições de afirmar sobre detalhes assertivos e futuros de valorização (ou desvalorização) de um veículo 100% elétrico, principalmente se ele tiver origem chinesa. Enquanto o consumidor convive com essa incógnita, contenta-se em se tornar refém de uma ou outra marca que aceita o seu carro usado como entrada na aquisição de outro do mesmo fabricante.
A CATL (Contemporary Amperex Technology), empresa chinesa e líder global na fabricação de baterias automotivas, é a mais ativa na crença de que, sim, os carros elétricos já estão consolidados globalmente e não voltarão à estaca zero, saindo de cena. A CATL tem muita credibilidade e oferece ótimas soluções nesse ramo. Lançou, recentemente, dois incríveis produtos: a bateria ´Tianxing-B´ com densidade energética de 175 Wh/kg e vida útil estimada em incríveis 15 anos ou 1,5 milhão de quilômetros! Além disso, apresentou a versátil plataforma elétrica CIIC (CATL Integrated Intelligent Chassis).
O “xis” da questão é que essa base da CATL é muito mais do que uma simples plataforma: ela é um chassi pronto com células de baterias integradas, motores elétricos ao gosto do freguês, ou seja, tração 4X2 ou 4X4 e com diversos níveis de potência; e ainda oferece sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS). O pacote já vem pronto e tanto servirá para empresas tradicionais que já estão firmes no mercado, quanto para quem desejar tornar-se um novo fabricante de veículos eletrificados. Mais uma vez o compartilhamento de peças e sistemas de engenharia automotiva se mostra como uma solução prática, um viabilizador de novos negócios. (Foto: divulgação CATL / Instagram: @acelerandoporai.com.br)