Carro elétrico: uma cápsula anti-stress em meio ao trânsito caótico

Sugiro que você faça essa experiência divertida: vá até uma concessionária que comercialize veículos 100% elétricos e agende um test-drive, mesmo que seja num trajeto bem curto e de prazo rápido. Você sentirá um imenso impacto sensitivo ao voltar a guiar o seu carro com motor a combustão imediatamente após dirigir um modelo com tecnologia mais avançada. A meu ver, o silêncio ao rodar e a ausência quase total de vibrações, serão os dois pontos mais chocantes a se observar e comparar.

A estrutura de um veículo totalmente elétrico tem uma quantidade de peças muito menor do que a de um carro comum alimentado por combustível fóssil. A começar pelos motores: o propulsor de um veículo movido a gasolina, por exemplo, pode ter mais de 1.000 partes distintas. Já o motor elétrico de um carro moderno chega a ser totalmente montado com menos de 300 peças. Nesse aspecto, dá para compreender que, ao menos teoricamente, a manutenção de um VE (veículo elétrico) tem a probabilidade de ser menor que a de um carro com pistões, válvulas, caixa de câmbio e tantos outros periféricos.

Minha inspiração para esse texto nasceu a partir da avaliação que fiz, por alguns dias, no modelo EX30, um SUV 100% elétrico compacto da Volvo. Sempre, em todas as ocasiões de testes automotivos que me ocorrem, a primeira coisa que observo é a posição de dirigir. Faço isso por uma razão óbvia: se o ato de guiar (ou ir de carona) num carro, exige – necessariamente – que as pessoas estejam sentadas num assento, então essa deve ser a maior preocupação do projeto. Nesse ponto, o Volvo EX30 é um dos melhores carros que já dirigi. A ergonomia é praticamente perfeita, com ombros descansados, braços e mãos alcançando tudo sem esforço, pernas e costas confortavelmente acomodadas e uma visão frontal muito nítida.

Para quem gosta de música, arrisco dizer que, na faixa de preços até R$ 300.000, não existe sistema de som mais eficaz e interessante que o do EX30. O conjunto espetacular é da Harman Kardon com 1.040 watts, nove alto-falantes, soundbar e subwoofer. Um primor de qualidade sonora que eleva experiências musicais a um nível de excelência. Pode acreditar: o silêncio ao rodar desse veículo elétrico, colabora (e muito!) com a audição aprimorada dentro do habitáculo.

Além desses detalhes técnicos, as novas arquiteturas internas dos veículos elétricos evoluíram junto com essa possibilidade de mobilidade ´limpa´, com estilo minimalista que valoriza cada centímetro quadrado do interior do carro, otimizando espaços e entregando, além da funcionalidade necessária, um padrão estético mais agradável do que aqueles que estamos acostumados a ver em carros tradicionais.

A experiência dinâmica num carro 100% elétrico envolve uma certa ´paz´ silenciosa que filtra o caos externo. As buzinas, os caminhões fumacentos e as incômodas motos barulhentas ficam num universo paralelo, e isso é motivo de tranquilidade dentro de um cotidiano geralmente tão agitado.

Foi muito interessante escutar (em volume alto!) a harmoniosa composição ´Lose Control´ de autoria de Teddy Swims. Nem tive tempo de ouvir Pink Floyd e Queen nessa máquina de origem sueca, o que seria o ápice da avaliação sonora. Posso garantir que a experiência de dirigir um carro totalmente elétrico vai fazer você, no mínimo, reavaliar alguns conceitos. Aconteceu até comigo, um eterno apaixonado pelo cheiro da gasolina e pelo ronco de um sedento motor V8… (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)