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buru-rodas

Consumidores já não se importam em migrar de marcas automotivas tradicionais para fabricantes desconhecidos

Atualmente o panorama automotivo se apresenta como um ambiente explosivo em criatividade no design e com aparatos de segurança impressionantes. No outro extremo, o retorno em massa dos carros elétricos (que são muito mais antigos do que se possa imaginar), ainda não é uma situação consolidada. Entre setembro e dezembro de 2023, por exemplo, houve uma inusitada desaceleração nas vendas dos carros elétricos em importantes mercados como a Alemanha, Reino Unido e EUA. As baterias já oferecem boa autonomia e a qualidade dos produtos é indiscutível.

As questões problemáticas ainda emperram na infraestrutura de recarga e, principalmente, na incógnita sobre a liquidez (ou a falta dela…) dos veículos elétricos na condição de ´carros usados´. Afinal de contas: quanto valerá um híbrido ou um modelo 100% elétrico depois de alguns anos de uso e já fora da garantia? O mercado ainda precisará de um giro de uns 3 ou 4 anos para nos fornecer essa resposta. Até lá, a compra de veículos desses tipos ainda estará carregada de desconfiança por parte dos consumidores. Mesmo com todas essas questões, o ano de 2023 foi marcado por um posicionamento de ajuste dos fabricantes à transição energética. Grandes marcas fizeram parcerias com empresas promissoras, como foram os casos da fusão da BorgWarner com a Phinia, da Volkswagen comprando 5% da Xpeng e se associando à Pon Holdings BV, da Stellantis com a Leapmotor, dentre outros negócios que mostraram a necessidade de adaptação de alguns ´big dealers´ para sobreviver com mais fôlego num mercado extremamente competitivo. Em termos locais, destaque absoluto para a impressionante performance da chinesa ´BYD Brasil´. Essa marca (que revende carros 100% elétricos e híbridos) cresceu quase 6.900% entre 2022 e o final de 2023! Com produtos modernos e preços ousadamente atraentes, a BYD vendeu mais carros elétricos do que todas as concorrentes juntas que atuam no Brasil, incluindo gigantes como Mercedes-Benz, BMW e Volvo. Logicamente, vale ressaltar que os preços mais baixos da BYD criam um volume maior de vendas, mas… essa marca chinesa, a seu modo, parece que já conseguiu o seu espaço no Brasil com muita competência. Definitivamente, o segmento automotivo não é mais um ambiente de clientes fiéis à marcas tradicionais. Pelo contrário: eles querem preço justo, garantias estendidas, design atraente e elevado padrão de tecnologia; e não se incomodam em migrar para uma nova marca, mesmo que ela seja pouco conhecida e que só apresente – teoricamente – quais as condições que os seus produtos terão no pós-venda. É o adorável mundo novo motorizado a exibir suas opções nunca antes imaginadas num segmento que navegava em mares calmos, sem a aguerrida concorrência chinesa e sul-coreana. Sobreviverá quem souber lidar melhor com esse insaciável apetite humano por novidades. A confiança em logotipos famosos como argumento de venda, já não tem tanta força assim… (Fotomontagem: Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)