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Normas de emissões ´Euro 7´ devem gerar sobrevida aos motores de combustão interna

A União Europeia, entidade composta por 27 países (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia) vem discutindo há anos as regulamentações de emissões de gases tóxicos oriundos dos motores a combustão. E já tomaram algumas decisões, inclusive de posicionamento radical, mas que – após a recente apresentação das normas de emissões ´Euro 7´ – têm se mostrado como determinações inviáveis, ao menos para esse momento ou futuro próximo.

Logicamente, não são somente questões de engenharia mecânica e proteção ao meio-ambiente: há, também, muita política no meio do papo. E no caso de máquinas e motores, a matemática impera como consequência, sufocando argumentos puramente ecológicos. As novas normas de emissões ´Euro 7´ em muito pouco se diferem das antigas prescrições da Euro 6. Não se sabe se por lobby ou conscientização dos membros líderes da União Europeia, mas praticamente já é um consenso perceber que a indústria automotiva precisará de mais tempo para conseguir implementar motores mais eficazes e, além disso, muitos bilhões de Euros para avançar na transição dos combustíveis fósseis para uma mobilidade 100% elétrica. Vários políticos da UE já chegaram a declarar que “até data tal – 2025, 2027, 2030… – os veículos a combustão serão proibidos de entrar nas grandes capitais…” Só que não funciona assim. Simplesmente, em menos tempo do que se imaginava, a indústria automotiva se deu conta de que precisará de prazos mais elásticos para conseguir adequar-se às normas ´X´ ou ´Y´ antiemissões. Além dos gases de escapamento dos motores a gasolina, óleo diesel e etanol, existe a poluição dos resíduos dos discos de freio e da borracha dos pneus, que são igualmente maléficas ao meio-ambiente, só que invisíveis ´a olho nu´. Não podemos esquecer que os automóveis a combustão estão sendo estigmatizados como os grandes vilões na produção de emissões tóxicas. Quase ninguém fala dos trens, navios, aviões, motosserras, das frotas militares marítimas, terrestres e aéreas (quase 100% a combustão), usinas termelétricas ou dos simples geradores de energia nas garagens de prédios residenciais urbanos. O buraco é muito mais embaixo do que se possa imaginar! Um desafio e tanto para a humanidade, aonde metas de controle de emissões são necessárias, logicamente, mas precisam ser colocadas nas mesas de negociações com muito mais conhecimento de causa. O contexto dará uma boa sobrevida aos motores a combustão, acirrando a concorrência com carros elétricos. Pode parecer piada, mas não é: percentuais globais de produção em tamanho ´macro´ (de lixo, reciclagem de materiais, emissões de gases, etc..) são números quase impossíveis de serem medidos e atestados como 100% verídicos, simplesmente por que os seres humanos mentem com facilidade e há enormes interesses comerciais ao redor de qualquer causa. Normas de qualquer tipo são sensíveis ao poder do mercado, como por exemplo, o automotivo. E fatores extras, como a eclosão de uma guerra ou a mudança de um governo em um país rico e influente, também podem modificar textos, prazos e índices ligados à poluição. (Fotomontagem: agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)