A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) ressaltou, durante a sua última coletiva com a imprensa desse ano, que o mercado automotivo brasileiro foi o que mais cresceu dentre os dez mais importantes do mundo em 2024. Um dado relevante para um setor que emprega muita gente, e que pode ser visto ´a olho nu´, com ruas lotadas de veículos e trânsito sufocante, principalmente, nas capitais. Há uma previsão de que sejam comercializadas, até o último dia de dezembro, quase 2,7 milhões de unidades.
No restante do mundo, o panorama transcorreu basicamente como esperado: China liderando com muita folga as vendas globais e as exportações de veículos elétricos para países da América Latina (incluindo o Brasil) e, também, a China praticamente pronta para viabilizar uma gigantesca frota de veículos 100% elétricos e autônomos em Nível 4, o que significa a mobilidade dentro de um carro, sem que haja a necessidade do motorista observar a estrada. Ele estará sentado ao volante, mas sem se preocupar com quase nada.
Além disso, segue a luta dos tradicionais fabricantes europeus e norte-americanos contra a forte investida chinesa que tem conseguido entregar ótimos veículos com preços bem mais atraentes. Uma das estratégias que as chamadas ´grandes´ montadoras estão tentando utilizar, é o lançamento (agora em 2025) de carros elétricos compactos que custem, no máximo, 20.000 Euros (algo em torno de R$ 140.000). Será que vai funcionar? Fiat, Peugeot e Citroën (ambas, integrantes da Stellantis) e também a francesa Renault, estão nessa; e os alvos principais são os compactos da BYD e GWM, ambas marcas chinesas.
Outra coisa que ainda não ´colou´ como se esperava, são os eVTOLs, as “aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical”. A configuração dessa novidade é uma estranha mistura de drone com helicóptero. Esse tipo de veículo depende de um uso quase severo do potencial das baterias, já que imprime muita força nos pousos e decolagens, necessitando, obviamente, de um pacote de baterias maior e, consequentemente, mais pesado; e a adição de massa é um ponto negativo em qualquer projeto aeronáutico.
Por fim… agora em 2024, a viabilidade do uso do hidrogênio como combustível automotivo, finalmente parece que começou a despertar maior interesse da indústria. Japão e Coreia do Sul já largaram na frente e a japonesa Toyota (líder mundial em vendas) é a que mais entusiasmo demonstra sobre esse assunto.
Frigir dos ovos: não aconteceu nenhuma revolução tecnológica ou mercadológica nesse ano, mas, apesar do desaquecimento das vendas dos veículos 100% elétricos na Europa, a aceitação por esse tipo de solução parece já ter conquistado uma enorme legião, inclusive de brasileiros, bem abertos a novidades e despreocupados com a questão da liquidez dos veículos na condição de usados.
A meu ver, a equação que mais se solidificou em 2024 foi a dos automóveis híbridos. Eles entregam solução bem adequada para a mobilidade em países de dimensões continentais, como é o caso do Brasil. Clientes de híbridos abrem um largo sorriso quando falam da economia de combustível fóssil no uso cotidiano. Praticamente só há opções a gasolina associadas a motores elétricos por aqui. No mais, é isso aí: outro período que se encerra, ciclo que se fecha e esperança que se renova com a virada do calendário gregoriano, que talvez seja a invenção humana que mais enaltece a esperança. Vamos aguardar, portanto, um grande 2025! (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)