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General Motors anuncia investimentos, mas ainda não confirma HVs no Brasil

Como parte de suas ações para marcar o centenário de quando iniciou atividades no País, em 26 de janeiro de 1925, a GM divulgou o investimento de R$ 7 bilhões no quinquênio 2024-2028. O presidente da empresa para o Brasil e América do Sul, Santiago Chamorro, deu pistas bem claras na entrevista em Brasília no dia 24 de janeiro: “Criamos um portfólio para atender os clientes até que eles se adaptem a um mundo mais eletrificado”, explicou.

Vista aérea da fábrica da GM em Gravataí

Parece óbvio que a posição da empresa está alinhada aos outros dois maiores grupos instalados no Brasil, Stellantis e VW. Estes já anunciaram a escalada prudente que começará por assistência elétrica básica (os pseudo-híbridos), seguida pelos híbridos flex, talvez uma passagem por híbridos flex de plugar e, em algum momento, adiante os modelos 100% elétricos. Aliás, estes dois últimos só se viabilizarão devido à volta do imposto de importação iniciada este ano por etapas. Caso contrário, não haveria condições econômicas. Chamorro adotou uma linguagem bastante pragmática: “A solução não será uma só tecnologia. O elétrico é melhor do que o híbrido que, por sua vez, tem mais benefícios do que o motor a combustão somente.” Confirmou também seis lançamentos este ano, começando pela nova geração do Spin, único monovolume com representatividade atualmente. Importará dos EUA os SUVs elétricos Equinox e Blazer. Dos outros três, nada adiantou. Consideram-se certas a atualização profunda da picape S10 e do SUV Trailblazer. O sexto produto, ainda desconhecido, pode ser outra versão de um modelo existente. Entre os futuros produtos as apostas começaram. O site Autossegredos considera certo um inédito SUV a partir do Onix hatch que seria opção mais em conta ao Tracker. Faz sentido para a fábrica de Gravataí (RS). Já Autoesporte espera que a Montana fabricada em São Caetano do Sul seria a base para um novo SUV capaz de rivalizar com o Compass que lidera a categoria dos SUVs médios-compactos. Teria assistência elétrica de 48 V, ou seja, não se trataria de um híbrido flex como o Corolla Cross que estreou essa solução até agora importada do Japão. O presidente da GM International, Shilpan Amin, que veio ao País para dar mais peso ao anúncio de investimentos, foi assertivo: “Nossa estratégia é totalmente voltada àquilo que o consumidor demandar. Teremos da mesma forma modelos exclusivos para o Brasil.”

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RAM Rampage R/T tem presença fora do comum >> Mesmo quem não é grande fã de picapes talvez se renda à proposta da Rampage, em especial na versão R/T (R$ 277.490). Ela parte da construção monobloco da Toro e mantém praticamente a mesma distância entre eixos: 2.994 mm versus 2.990 mm. Significa, claro, nenhuma mudança interna em termos de espaço para cabeças, pernas e ombros dos quatro passageiros e do motorista. As diferenças começam no desenho da carroceria com grade do radiador imponente, capô elevado, faróis afilados de LED e para-choque de desenho robusto que inclui faróis de neblina do mesmo modo de LED. De perfil o desenho é ainda mais chamativo pelo teto pintado de preto, mesma cor nas rodas de 19 polegadas (pneus 235/55 R19), e o avantajado adesivo R/T nos extremos dos para-lamas traseiros. Atrás, as lanternas bem dimensionadas trazem uma bandeira americana estilizada, abertura da tampa com amortecimento e uma saída de escapamento em cada extremidade na cor preta. Uma vantagem em relação à Toro é o volume da caçamba – 980 litros – em razão das laterais mais altas e o maior comprimento total (5.028 mm versus 4.945 mm). De série vem com protetor, porém sem divisórias internas, nem capota marítima. A capacidade de carga, incluídos os cinco ocupantes, é de 750 kg. Diferença mais marcante aparece no desempenho. Motor da R/T, um turbo a gasolina de 2 litros, entrega 270 cv e 40,8 kgf.m, acoplado a um câmbio automático de nove marchas, tração 4×4 com distribuição de 50% para cada eixo, mas sem a reduzida tradicional. Para um veículo de 1.917 kg de massa total e deste porte a aceleração informada surpreende com 0 a 100 km/h em 6,9 s (consegui 6,8 s pelo velocímetro do Google Maps). Com pneus de série adequados a fábrica declara velocidade máxima de 220 km/h. O motorista tem à disposição banco com regulagens elétricas (opcional para o passageiro). Mesmo sem carga as suspensões com molas helicoidais nas quatro rodas oferecem relativamente bom conforto de marcha. Fica a desejar o diâmetro de giro de 12 m, um pouco melhor que o da Toro (12,2 m), que dificulta manobras em geral e para estacionar por si só mais difíceis pelas dimensões da picape.

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SUV médio Seres 3 atrai poucos olhares >> A marca é chinesa, porém fundada nos EUA em 2016. Hoje a DFSK possui fábricas também na China de onde vem o Seres 3 de porte semelhante ao do Compass. Seu estilo quase não se destaca na grande oferta de SUVs no mercado e até o nome do modelo se inspira, sem elegância, no sedã da BMW. Preço inicial de R$ 239.990 baixou para R$ 199.990. Ainda não há previsão de aumento com a oneração do imposto de importação desde 1° de janeiro. Apesar das linhas genéricas, oferece espaço interno compatível a outros modelos do segmento graças ao bom entre-eixos de 2.650 mm. Entretanto decepciona pelo volume útil do porta-malas com apenas 318 litros contra 373 litros do T-Cross e 410 litros do Compass. Destaca-se nos materiais de acabamento, bancos confortáveis, quadro de instrumentos, tela multimídia de 10,25 polegadas e pareamento sem fio para Apple CarPlay. Não consegui parear Android Auto mesmo com cabo. Celular pode ser carregado por indução no console, porém, falta um anteparo para impedir que o telefone caia em curvas. Faz falta a regulagem em distância do volante. O Seres 3 enfrenta bem o piso irregular e as suspensões estão calibradas mais para o conforto de marcha, sem dar impressão de fragilidade e nem excessiva inclinação em curvas. Motor dianteiro de 163 cv e 30,6 kgf.m permite acelerar de 0 a 100 km/h em 9,1 s (pelo Google Maps). O SUV Seres 3 oferece três modos de guiar: Eco, Normal e Sport. O Eco torna o carro tão lento que nem parece um elétrico (melhor usar apenas para poupar a bateria, em caso extremo). Entre os outros dois modos a diferença no desempenho é pequena e dentro do previsto. Bateria de 52,7 kW/h garante alcance médio de 209 km (padrão Inmetro), porém consegui em cidade pouco mais de 300 km no modo Normal. Em trecho de autoestrada, a 120 km/h de média, o alcance caiu para 220 km. (Os artigos, matérias, ensaios ou qualquer outro tipo de expressão intelectual assinados por colaboradores desse veículo midiático, assim como a veiculação de imagens ligadas ao conteúdo do seu texto, enviada(s) pelo colaborador para ilustrar o seu trabalho, são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com todas as opiniões aqui expressas. O conteúdo completo (texto e imagem) desta coluna tem autoria e responsabilidade legal de Fernando Calmon).