buru-rodas

Citroën Basalt: tempero francês numa atraente macarronada italiana!

Faço essa brincadeira no título, somente para lembrar do compartilhamento de plataformas, motores e outros tantos penduricalhos dos veículos das marcas Fiat, Peugeot e Citroën, ambos integrantes do conglomerado Stellantis.

Primeiras impressões >> Passei uns dias rodando com o Citroën Basalt. Confesso que no início, em outubro de 2024, quando ele foi lançado no Brasil, estranhei o design da sua carroceria, mas… ao longo do tempo, esse estranhamento transformou-se em admiração pela ousadia de quem traçou as linhas desse carro. Coisa típica da francesa Citroën: fugir do lugar comum há mais de 105 anos em praticamente todos os seus veículos, afinal de contas, uma marca que tem no seu portfólio o icônico e belíssimo modelo DS (lançado em 1955), não pode cometer o erro de criar carros feios. Portanto, o estilo do Citroën Basalt é um ponto positivo do projeto, ao meu modo de ver.

Tudo junto e misturado >> A versátil plataforma CMP equipa vários veículos do grupo Stellantis, assim como existe o compartilhamento de estruturas, peças, motores, caixas de câmbio e muitas outras soluções de engenharia. A base desse bom modelo da Citroën, vem da Fiat. Dois são os motores disponíveis, ambos com 3 cilindros/flex: 1.0 Firefly (naturalmente aspirado) e o 1.0 Turbo. A versão avaliada por mim foi a ´Shine Turbo´ (topo de linha). Vem com o propulsor 1.0/T200 com potência variável entre 125 cv (gasolina) e 130 cv (etanol), torque de 20,4 kgf.m e possibilidade de caixa de câmbio manual (5 marchas) e automática CVT (continuamente variável) com trocas simuladas de 7 marchas.

Alguns dados técnicos e conteúdos principais >> O Citroën Basalt vem equipado com rodas de liga leve com aro 16 polegadas e pneus nas medidas 205/65. Seu (enorme) porta-malas comporta 490 litros e pode ser ampliado com o rebatimento dos encostos dos assentos traseiros. O painel de instrumentos é totalmente digital, de leitura e compreensão simplificados e mede 7 polegadas. A tela multimídia de 10,25” e com formato retangular é igualmente bem formulada, fácil de ser manipulada e com ícones bem visíveis.

Sensações ao volante >> Apesar do compartilhamento, principalmente, com as estruturas da Fiat, o tradicional acerto macio de suspensão é a chancela mais exata do Citroën Basalt. Faz jus ao conceito ´tapete voador´ introduzido por essa marca desde os primórdios das suas atividades. A maciez ao rodar e o bom nível de isolamento acústico são dois pontos favoráveis desse carro. O sistema de freios também tem modulação característica da Citroën, com pedal mais ´aveludado´, em contrapartida, por exemplo, ao conhecido ´freio de ataque´ dos veículos esportivos da Peugeot. Ele é gostoso de dirigir, tem tamanho agradável de carroceria, ótimo espaço interno para até 4 adultos e, pra quem precisa de espaço, no seu porta-malas cabe muita bagagem!

O que mais gostei >> A música é um elemento vital no meu cotidiano e o Citroën Basalt me conquistou, principalmente, por isso. Seu sistema de som de fábrica (sem assinatura chique de ninguém) é bem interessante. São 6 alto-falantes e uma multimídia de convívio facílimo. A acústica interna é ótima e o som – mesmo em nível máximo de volume – não distorce. Outro trunfo é o amplo espaço para as pernas dos ocupantes traseiros. Isso impressiona e agrada.

O que não gostei >> O aro do volante de direção poderia ser um pouco maior, assim como o painel de instrumentos, também. Não consigo entender esse tipo de falha. A Citroën tem pecado nisso na linha Basalt e C3. Um painel de instrumentos um pouco maior (pelo menos com + 2,5 polegadas) entregaria uma visibilidade muito melhor ao condutor.

Outras questões que me incomodaram: a ergonomia do Citroën Basalt é boa, mas o assento do motorista deveria descer um pouco mais para perto do assoalho. Para privilegiar a posição elevada de um SUV, os projetistas fazem isso, limitam a regulagem. Num patamar um pouco mais baixo, a posição de dirigir se tornaria bem mais agradável. E a regulagem da coluna de direção, além da altura, merecia mover-se em profundidade também.

Frigir dos ovos >> Pela sua tabela de preços, arrisco dizer que o Citroën Basalt é o veículo a combustão com o melhor custo/benefício do mercado brasileiro atualmente. Alguns acabamentos são de plástico, o tecido dos bancos é razoável e o aspecto interno agrada, mas é simplório em muitos detalhes. Mas, como dito, pelo preço dele, a equação está muito bem resolvida. Eu gostei.

Tabela de preços, versões e cores: Basalt Feel (1.0 aspirado, manual): a partir de R$ 92.990; Basalt Feel Turbo 200 (AT-7): R$ 104.490 e Basalt Shine Turbo 200 (topo de linha) R$ 109.490. O modelo é disponibilizado nas cores Azul, Vermelho, Prata, Cinza, Preto e Branco.

Lista de itens de série e opcionais >> Painel digital colorido de 7” customizável; airbags laterais dianteiros; Citroën Connect Touchscreen de 10” com Android Auto e Apple Carplay sem fio com comandos no volante; câmera de ré; três entradas USB; retrovisores elétricos; luzes de condução diurna (DRL) com LEDs; seis alto-falantes; ar-condicionado digital; banco do motorista e volante com regulagem de altura; vidros dianteiros e traseiros elétricos com função one touch; rodas de 16” de liga-leve com pneus 205/60; travas elétricas com acionamento por telecomando da chave canivete; alarme; bocal do combustível com destravamento elétrico; sensor de estacionamento traseiro; faróis de neblina; limitador e controlador de velocidade; bancos e volante com revestimento premium; encostos de cabeça traseiros laterais com abas de apoio; pintura bitom com teto Perla Nera. (OBS: esses itens variam de versão à versão e podem ser opcionais). (Fotos: Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)