A Mercedes-Benz renovou a 5ª geração do seu sedã Classe C. Sucesso de vendas, já marcou globalmente a entrega de 1,9 milhão de unidades. No Brasil, lidera as vendas de seu segmento contra o BMW Série 3 e Audi A4 sedã, cravando 51% das preferências. Mudanças finas, perceptíveis pela nova frente, faróis em LEDs e grades para indicar versões. A traseira mudou as lanternas em formato, adoção de LEDs e charme de desenho em forma de “C”. Mantém a linha de ação adotada há quatro anos, com a chegada da atual 5ª geração, sinergia com a Classe S (a superior, de quem aproveita alguns adjutórios tecnológicos). No caso, o equipamento digital para a instrumentação, o radar frontal para identificar o movimento do carro que segue à frente num preparativo de frenagem autônoma, caso o motorista não tome providências. Por dentro, uma boa brincadeira com materiais de decoração, entre cores e tipos para caracterizar modelos e versões. Cores no couro e madeira com poros largos ajudam a identificá-los. E telas para funções diversas. Na modelia mantém os C 180 (motor 1.5) Sport e Exclusive como entrada, evoluindo para C250 e o topo, com C 300 (motores 2.0). O diferencial na nova linha é a versão EQ Boost. Nome complicado, pois induz associá-lo aos motores Ford turbo, palavra substituída por “boost”. Negócio confunde até funcionários da Mercedes, sem saber como o tal ´booster´ pode auxiliar na combustão, como o faz o turbo acionado pelos gases de escapamento. O negócio não funciona assim, mas por um alternador/motor. Na primeira função provê energia. Na segunda, alimentado pela energia cinética, com bateria adicional de 48 volts, se transforma num motor elétrico forte, produzindo 14 cv e 16,3 kgf.m de torque. Por correia ligada ao virabrequim aplica força para se somar à produzida pelo motor. É outro pioneirismo, engenho 1.5, 183 cv e 27,6 kgf.m de torque. Substituirá os motores 1.6 de polêmicos problemas. Com o sistema, o automóvel arranca forte, menos, porém, ante o projetado pela soma de potência e torque do conjunto motor endotérmico + motor elétrico. Anda mais e gasta menos.
Quanto? >> C 180 Avantgarde (R$ 188 mil); C 180 Exclusive (R$ 189 mil); C 200 EQ Boost (R$ 229 mil) e C 300 Sport (R$ 260 mil). A Mercedes-Benz explica o inusual salto em preços, pois, geralmente, na atualização da série, os valores são mantidos sem correção, argumentando fazer administração cuidadosa nos custos, para manter estoque vendável. Esses automóveis são montados em Iracemápolis (SP), e serão vendidos após o Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. Questão paralela, aguarda-se a aprovação da legislação regulamentadora do setor, o Rota 2030, atualmente em curso na minguante legislatura. Diretor de concessionária comentou o salto desnecessário de preços ante as pequenas mudanças, e argumenta que poderia vender mais se os preços fossem menores.
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O Vietnam e o carro para chamar de seu >> Vietnamitas poderão comprar, a partir de setembro do próximo ano, os modelos sedã Lux A2.0 e o SUV Lux SA2.0, atrevidamente mostrados no Salão de Paris. “Lux” significa Luxury, Luxo, indicando um dos diferenciais do produto. “A” indica ser a primeira série de modelos, como, aliás, o fez a Ford ao surgir em 1903. São da pioneira marca nacional VinFast. A sonoridade pode induzir a imaginação a pensar que isso seja um destes auxiliares digestivos tão em moda recentemente, um laxante à base de vinho, mas referencia o prefixo do maior conglomerado industrial do país, o VinGroup. Negócio sério, para driblar a ausência de cérebros nacionais, contratou parceiros para desenvolver projeto de fábrica, construção, motor, mecânica e linhas. Idem para geri-la, com executivos europeus treinados na matéria. Seus parceiros são Bosch, BMW, Magna Steyr e Pininfarina, numa pretensão técnica e mercadológica de mostrar-se entrosada mundialmente.
Magna Steyr, marca austríaca, constrói desde Cherokees a Mercedes G Class, fornecerá a plataforma com um mix de materiais, agregando suspensões independentes nas 4 rodas, direção e freios. Motor turbo recém projetado (4 cilindros, 2.0, a gasolina), terá duas versões: 180 cv no sedã e 235 cv no SUV. O slogan vai no caminho global: “Identidade vietnamita; design italiano; tecnologia alemã, padrão internacional”. Quer entrar em outros mercados com produtos em amplo leque, de variáveis da linha, a ônibus, caminhões e automóveis elétricos. Este, em projeto de produto e construção, contratado com a GM. Design por Giugiaro.
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IKEA, dos móveis, quer fazer vagões autônomos… >> Conhecida mundialmente por popularizar móveis e objetos com desenho escandinavo, a Ikea interpretou a liberdade para projetar veículos a partir do novo conceito de autonomia veicular. Sem necessidade de volante, comandos, bancos especiais, a Ikea releu o espaço interno como um lounge, olhar prático do fabricante de móveis e sofás. A visão abre oportunidade de negócios para criações sobre chassis de marcas especializadas em veículos, como a Volvo, também sueca, e das mais avançadas no setor. A Ikea pensou inicialmente em sete conceitos virtuais, ante consciência do momento: “O potencial real dos carros autônomos não está em nossa capacidade de dirigir sem ter as mãos no volante, mas no que poderemos fazer ou experimentar dentro dos autônomos”, disse a marca em comunicado.
Vão desde Café para integrar a vizinhança, a Fazenda, para venda de hortifrúti de pequenos produtores. Outro, uma sala de jogos enquanto o pequeno vagão autônomo viaja por circuitos urbanos, Sorveteria, Consultório Médico indo aos clientes, etc… Curioso, e não parece distante. Há um aplicativo, o Space10 permitindo usuários de iPhone experimentarem os sete conceitos, mas o ponto de vista está em franca mudança. O automóvel perde o charme, o status, a emoção. É o que faz andar um sofá…
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VW T-Cross agora em outubro >> A Volkswagen ajustou data para apresentar o seu mais novo modelo, o aguardado T-Cross: será em 25 de outubro, afinada com China e Alemanha, onde o hatch, SUV, SAV, crossover…, pouco se dá o rigor ou o laceamento da classificação – será produzido. Basicamente o mesmo produto, entretanto adequado às peculiaridades dos clientes. A versão brasileira, por exemplo, terá acertos exclusivos por conta de seu público, mulheres de boa renda, viajadas, conhecedoras de confortos automobilísticos e preocupadas com itens capazes de garantir sua segurança e a impressão disso. Na prática, público diverso de chineses e europeus, com uso mais restrito do veículo e em menor degrau na escala social de renda.
Versão brasileira tem maior distância entre-eixos para assegurar mais conforto aos passageiros do banco traseiro; teto solar panorâmico; Park Assist de 3ª geração (estaciona de frente, ré, e longitudinalmente); porta malas mais amplo e maior altura relativamente ao piso. Primeiro por necessidade em viagens rodoviárias e na aplicação dita cidade/praia/campo, e por conta das imperfeições de piso e demanda, maior distância livre do solo. Na parte de segurança, 6 airbags, conjugação dos sistemas de ABS nos freios, do ESC, corretor de segurança para derrapagens e auxiliar para aumentar pressão no sistema e eficiência nos freios. O T-Cross pretende ser uma das atrações do Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. Vendas? Aposto em março.
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Peugeot, terá sim, uma picape e um suv >> Informações não confirmadas; especulações; palavras impressas e ao vento; mas nada ainda confirmado pela Peugeot ou sua holding, a PSA. Porém, fez-se a luz no Salão de Paris, quando Jean-Philippe Imparato, CEO mundial da marca, confirmou projeto e andamento a jornalistas argentinos, como relatou o bom site Autoblog.ar. O executivo francês não definiu o local de produção (Argentina ou Brasil), nem a base a ser utilizada. Não será a novidadosa CMP para a próxima geração de produtos do Mercosul do segmento compacto, mas não informou ser algo primário como um chassi de longarinas em formato de escada. Disse existir o desenvolvimento de uma picape para ter amplitude global, e afastou a possibilidade de ser veículo com a leitura do Hoggar, picape pequena, sobre o Peugeot 206, de breve lembrança. Apesar de não definir prazos, fez considerações interessantes: a picape estará baseada em qualidade, durabilidade, desenho e torque do motor, e ao lançamento apresentará nível de qualidade impecável. Não resistiu à tentação de garantir o futuro: “Será um êxito”. Situou-a como tendo um desenho ao gosto dos sulamericanos. E antecipou desdobramento: mesma plataforma comportará um SUV, como a Toyota faz com a picape Hilux e o SUV SW4. Em porte, um concorrente para Chevrolet S10, Toyota Hilux, Mitsubishi Triton, VW Amarok, novos Nissan Frontier, Renault Alaskan e Mercedes Classe X. Mercado se pergunta se Ford Ranger sobreviverá à limpa feita pela marca em seus produtos. (P.S: Nada a ver com a tosca e rústica picape Dongfeng, produzida por sua associada do mesmo nome na China).
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RODA-A-RODA
PRESSA – O carro ainda não começou a ser produzido e, obviamente, vendido. Porém, apressados concessionários Mercedes-Benz na Argentina já aceitam encomendas.
COMO – Quatro versões de conteúdo, três motores: dois Nissan 4 cilindros/2.3 com um e dois turbos, 153 e 190 cv e V6 Mercedes-Benz com 258 cv. Preço da segunda versão, primeira com rodas de liga leve, motor 250 e 190 cv equivale ao mesmo carro vendido como Nissan Frontier, em versão superior. Parece que a regra é: mais vale uma estrela pelada que um japonês enfeitado…
AQUI – Mercedes informou à rede concessionária, Classe X apenas em junho do ano que vem. Não aceitam pré-inscrição ou reserva, mas já há grupo de consórcio. Nele, preço estimado R$ 200 mil. Condição especial, prioridade na entrega.
PROMESSA – Em novembro de 2017 a GM anunciou investir US$ 500 milhões na Argentina para fazer nova família de produtos, conhecida sob a abreviatura AVA (alto valor agregado). Na prática, acima do Cruze, lá feito. Presidente Macri anunciou vagamente eliminar impostos, mas não os individualizou ou quantificou.
PRENSA – Agora a GM partiu para a objetividade: reuniu a imprensa e divulgou correspondência enviada ao Governo comunicando decidir a inversão ante a eliminação dos citados impostos e da aprovação da Reforma Fiscal, a “reforma tributária” deles, ora em curso no Congresso.
PARALELO – Um programa da GM de demissões causadas pela desidratação do mercado interno de lá e de cá, serve de apoio às decisões.
OCASIÃO – Lançamento do inédito VW T-Cross, a ser construído na fábrica de São José dos Pinhais (PR), sobre nova plataforma MQB, forçará mudança nos produtos Audi, também lá montados. Na prática um novo Q3 e, possivelmente, Audi A4. Na beirada do balcão é presumível a venda das últimas unidades feitas sobre a plataforma atual, a preços simpáticos. Se interessado, fique de olho.
TAMBÉM – Com o anúncio da Mercedes-Benz vendendo a linha do Classe C 2018/19 a partir de novembro, a de 2018/18, em estoque nos revendedores, será ouvinte atenta a propostas de descontos e facilidades.
NEGÓCIO – Peugeot divulgou, junto com lançamento dos novos 508 SW e Rifter no Salão de Paris, pacote de facilidades: compra on-line; recebimento do usado do comprador como entrada; financiamento; entrega do zero Km em endereço indicado pelo consumidor. O “negócio automóvel” está mudando em produto, relações, assistência, instalações do revendedor.
POLÍTICA – Peneirada a primeira extração na depuração presidencial, dois candidatos vão para a seleção final. Nenhum dos dois se comprometeu com a indústria automobilística, com a mobilidade.
COMO FICA – Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, está preocupada com o desdobramento dos planos ou falta deles, em especial quanto a tratamento tributário, promessas de maior abertura comercial, e o projeto Rota 2030 no Congresso, com parlamentares em seus últimos dias de Cinderela.
MAIS UMA – Kawasaki motos inaugurou concessionária Premium, em Curitiba (PR). Quer diferenciar-se por contratar time de vendas e pós vendas com larga experiência. É a 35ª loja da marca. Fica à Rua Gonçalves Dias, 195, bairro Batel.
GENTE – Eduardo Pincigher, diretor de comunicação da JAC Motors, independência. Será assessor de imprensa da marca, abrindo leque profissional para atender a outras empresas, prestar consultoria, auditar crises. É do ramo, viveu os dois lados do mercado. OOOO (Os artigos assinados por colaboradores desse site são de inteira responsabilidade dos seus autores. A editoria geral desse veículo, necessariamente, não concorda com todas as opiniões aqui expressas. Texto desta coluna tem autoria do jornalista Roberto Nasser)