Tão oponentes quanto a Pepsi e a Coca-Cola, Honda Civic e Toyota Corolla há anos travam uma batalha bipolar onde o objetivo final é o lugar vitorioso no pódio. Na última década, esses modelos nipônicos se alternaram no poder e, pelo alto carisma, parece que não se importam com o restante da concorrência. E essa acirrada disputa serve de estímulo para a evolução de ambos os sedãs aqui no mercado nacional.

Nesse instante, por exemplo, a Honda tenta mais uma cartada para recuperar a liderança no segmento, já que em 2012 o Corolla ficou com o 1º lugar. Para injetar adrenalina no seu campeão de vendas, a Honda fez um ´up grade´ no Civic, que agora conta com duas novas versões com motor 2.0 e – apenas com – câmbio automático.

Evolução >> Anteriormente o Civic somente vinha com propulsor 1.8, de modos que, a partir de agora, a evolução dessa última geração dá um salto de 140 para 155 cv de potência. A nova unidade de 2.000 cilindradas “2.0 Flex One” é praticamente a mesma que já equipa o CRV, com a diferenciação de ser bicombustível, opção ainda não ofertada na SUV da Honda.

Família >> O Civic será mantido em 3 versões: LXS 1.8 (de entrada), com motor de 1.800 cm³ e opções de câmbio automático (5 marchas) e com uma nova transmissão manual de 6 velocidades. Já os novos LXR (meio termo da gama) e EXR (top de linha) recebem a unidade de 2 litros flex com potência e torque variáveis de, respectivamente, 150/155 cv e 19,3/ 19,5 kgf.m. A curva máxima de força ocorre, segundo os dados técnicos do fabricante, aos 6.300 rpm, quase no limite do “corte” do motor, uma espécie de salva-vidas eletrônico que administra a vida útil da máquina preservando-o do mau uso voluntário de motoristas “cupins de aço”.

Tanquinho dançou >> Mas não foi somente a adoção do motor 2.0 que aconteceu no Civic 2013/14. O (atualmente já considerado obsoleto) “tanquinho” de auxílio à partida a frio e, evidentemente, todo o seu mecanismo auxiliar que pesava (acredite!) 50 quilos, foi eliminado do conjunto. Tudo isso porque a Honda agora adotou no sedã um moderno sistema de pré-aquecimento do combustível, ou melhor, somente do álcool (etanol) quando em dias mais frios. O modelo ganhou um melhoramento na parte elétrica e, somente o fato de se destravar o veículo via controle remoto da chave já faz o modo entrar em ação, de maneira que (a Honda atesta) mesmo em temperaturas baixíssimas (até 10 graus Celsius abaixo de zero) o Civic 2014 não terá dificuldades de entrar em erupção. O sistema de velas aquecedoras de combustível só funciona quando o modelo está 100% abastecido com álcool, já que, com a gasolina, isso não é necessário.

Na pista com ele >> na coletiva de imprensa ocorrida nesta terça-feira (29/1) em Campinas (SP), a Honda disse que o objetivo da evolução do 1.8 para o motor 2.0 foi poder proporcionar uma aceleração um pouco mais vigorosa já a partir de baixas rotações, mas sem pôr em xeque-mate a relação de consumo de combustível. Os 15 cavalos a mais não vieram ao mundo sem razão e sim, fazem a diferença no dia a dia. Em sua configuração original, Civic não é um carro de corridas e sim um pacato e silencioso veículo familiar. E o propósito da máquina continua o mesmo: proporcionar uma mobilidade eficaz com o máximo de sustentabilidade. A vigiados 105 km/h, consegui uma média de 10,2 km/litro de gasolina, o que não é nada mal para o conjunto. Como absolutamente nenhuma calibragem mecânica foi alterada, nas frenagens o Civic mantém a linha, parando em curtos espaços e sem jogar a carroceria para os lados. Em alta velocidade, ponto positivo para a aerodinâmica, que segura o carro sem aquelas oscilações laterais que podem causar insegurança nas viagens.

Avaliação final >> No ano que vem, de presente aos aficionados por uma esportividade mais radical, a Honda promete o novo Civic Si, que virá em carroceria cupê de duas portas e com, provavelmente, mais de 200 hp de potência e ofertado somente com câmbio manual. Até lá, o pico de 150 cv é o máximo oferecido nessa linha. E aguardemos o próximo round com o arqui-rival Corolla. IFA