A frase que utilizei como título desse artigo é de autoria do saudoso amigo Roberto Nasser (esse cidadão da foto abaixo), advogado de renome e um dos maiores jornalistas do segmento automotivo brasileiro de todos os tempos. Na ocasião, caminhando pelos pavilhões do Salão de Frankfurt em 2011, ele brincou comigo em relação à duas paixões em quatro rodas que tenho: a primeira pelo Porsche 911 e depois, pelo Subaru WRX STi, ambos modelos realmente esportivos e que entregam dosagens de performance que somente um piloto profissional num ambiente adequado (autódromo ou pista de rali) pode conseguir extrair. O resto desse potencial de prazer, digamos assim, simplesmente é desperdiçado no dia a dia do trânsito comum, com deslocamentos em vias congestionadas e, quando liberadas, limitadas à velocidades baixas.
A Alemanha é um dos pouquíssimos lugares do mundo a soltar as rédeas dos motores nas suas Autobahn´s, permitindo que motoristas acelerem os seus veículos na velocidade máxima! Mesmo assim, o uso de um carro superesportivo fica limitado aos receios, por exemplo, de se causar um acidente em via pública, prejudicando inocentes que nada têm a ver com a diversão de alguém que queira gerar adrenalina em alta velocidade a bordo de um carro. Além disso, sistemas que controlam a tração e a estabilidade (principalmente esta última), só entram em ação no ´limite do limite do limite´ do funcionamento perigoso de um veículo. Trocando em miúdos, o meu bate-papo com Roberto Nasser naquela ocasião, girou em torno dos aparatos tecnológicos, hoje em dia cada vez mais presentes nos veículos e que, quase nunca são utilizados. Logicamente, algumas tecnologias tornaram-se indispensáveis, como as bolsas de ar (airbags) e os freios ABS (antitravamento); e o meu desejo é que o sistema de detecção de obstáculos e a frenagem de emergência também entrem nessa lista o mais urgentemente possível. O ponto fulcral da questão é o seguinte: às vezes, por vaidade ou desinformação, alguém adquire um carro com tanta potência e tantos recursos e, logicamente, paga muito dinheiro por isso, e no fim das contas, não usufrui nem da metade do que um veículo tem a oferecer. Talvez seja por isso que tantas pessoas estão começando a optar por modelos mais em conta ou até desistir de comprar um carro, escolhendo outras formas de mobilidade. Eu, particularmente, gosto do excesso, do cheiro da gasolina, da folga de potência disponível, do conjunto tecnológico mais aguçado. E se tudo isso trouxer um pouco de tradicionalismo no funcionamento, comparo ao deleite de uma taça de vinho tinto com queijo parmesão, ambos italianos e tão perfeitos quanto um Porsche 911 ou um Subaru WRX STi… (Foto: agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)