Por acaso você perdeu aquilo que considerava ser um grande amor? Muita calma nessa hora, pois isso pode ter sido apenas um momento de dependência afetiva. A paixão e o desejo tendem a diminuir com o passar do tempo. Já com o amor é diferente: a paciência e a vontade que o processo dê certo, exigem uma construção muito mais consistente. Os orientais sugerem três posturas que podem nos livrar de muitos sofrimentos: ter consciência da nossa finitude; desfrutar ao máximo o dia de hoje e (o mais difícil); não conceder a ninguém o poder de controlar as nossas emoções. A matemática do amor parece ter um milhão de regras e, ao mesmo tempo, nenhuma! Difícil saber qual fórmula poderá ou não funcionar numa relação entre duas pessoas. No liquidificador dos afetos há desejos, sonhos, disputas e – não se engane – interesses materiais, também. Há quem ame em paz e existem os que insistem nos amores tipo ´jogo de tênis´, onde sempre há um perdedor e, consequentemente, um ganhador. Esse tipo de amor não presta. Bom mesmo é o amor ´frescobol´, divertido e agradável para as duas partes, sem placares ou pódios amargos com um vencedor sorridente e um perdedor entristecido.
Se o seu projeto amoroso desabou, seja grato ao Universo por não estar passando em branco pela vida. Reflita os erros, sacuda a poeira e siga em frente buscando uma nova perspectiva. Ame-se em primeiro lugar para poder dividir o seu melhor estado com alguém que te faça feliz, que não te cause terremotos internos ou faça você ‘pisar em ovos’. Se houver borboletas geladas a agitar o seu estômago, que isso aconteça por um momento digno e de atenção mútua. Se não for assim, pule fora! Outra coisa boa a se fazer é a seguinte: imagine o seu (possível) amor como se ele fosse um carro. Como ele é: novo, que exige pouca manutenção e, apesar de não ser ‘top de linha’, nunca te deixou na mão? É antigo, cheio de coisas a consertar e demandará uma fortuna na restauração? Ele merece esse investimento? Por acaso é veloz demais que, apesar de potente, assusta e chega muito rápido ao ´destino´? É confortável? Anda em todo tipo de estrada e não faz cara feia por bobagem? Se por ventura tens alguém atualmente, aproveite bem esse ´test-drive´ ou (antes de encontrar) realize outras avaliações para chegar, enfim, à uma boa decisão. Se as coisas não estão bem, até emagreça de tanto chorar, mas não perca a compostura sendo patético em busca de migalhas afetivas de quem quer que seja. E tem mais: as pessoas possuem níveis de exigência diferentes. Isso vale para comprar tomate na feira e também para escolher parceiros, daí, mesmo que isso venha a ferir o ego, infelizmente, o seu tipo pode não ser o mais interessante para aquela pessoa estonteante que você tanto sonha. Cuide bem e respeite o seu amor! Pessoas inteligentes gostam disso. Outras não se contentam nem com uma montanha de ouro… Como dizia Hermógenes (grande mestre da Hatha Yoga): “Paire acima de qualquer submissão afetiva, seja amando ou detestando”. E eu digo: a pé, de bike ou num carrão, seja feliz! (Fotomontagem: agência FBA, a partir de imagem original da Bugatti / Instagram: @acelerandoporai.com.br)