Historicamente, não se sabe com exatidão quando surgiu o primeiro veículo sobre rodas que possa ser chamado de “carro” e que, porventura, tenha servido como meio de transporte de pessoas. Estima-se que – há mais ou menos 5.500 anos – a roda (como base de alguma plataforma capaz de suportar cargas) tenha sido inventada numa região do Oriente Médio aonde hoje se encontra o Iraque. Antes disso, no entanto, troncos de árvore, seguramente serviram como apoios para mover algo tão pesado que fosse insuportável aos músculos humanos.
Na história moderna, em 1769, há relatos documentados de um veículo movido a vapor, inventado e guiado pelo engenheiro francês Nicolas-Joseph Cugnot, ou seja, um modelo com 255 anos! A inédita criação do Capitão Cugnot (militar de carreira), consistia num enorme triciclo de madeira com uma grande caldeira à frente. Mesmo rudimentar, além de ter sido o 1º ´veículo de passeio´ do mundo, também foi o 1º utilitário, já que era capaz de transportar cargas.
Muito mais recentemente, exatamente em janeiro de 1886 (há 138 anos), o engenheiro alemão Karl Benz registrou o “Benz-Patent Motorwagen”, um carro com motor de 1 cilindro alimentado com um tipo primário de benzina, a “avó” da gasolina. Somente no início de julho de 1886, que Karl Benz apresentou a primeira unidade ao público. O modelo também era um triciclo, só que muito mais leve e avançado em recursos mecânicos, dentre eles, o propulsor a combustão, a grande estrela do projeto. Vinha com parte do chassi pintado na cor verde (praticamente a mesma tonalidade que a Mercedes-Benz sempre utilizou na pintura dos motores dos seus caminhões).
O revolucionário veículo de Karl Benz somente tornou-se visível ao mundo e viável comercialmente quando sua esposa Bertha Benz – em 1888 – percorreu 106 km (uma gigantesca distância para a época) a bordo da notável invenção em companhia de seus dois filhos, numa visita à Auguste, sua mãe. Sem saber, Bertha executou o primeiro ´test-drive´ do mundo e fez, também, a primeira longa viagem automotiva da história. Em substituição às carruagens impulsionadas por cavalos, o automóvel proporcionou a chance de se conhecer “o outro lado da montanha…” A evolução para modelos 100% elétricos, autônomos, carros alimentados por hidrogênio, outros que freiam e desviam sozinhos com seus “olhos” eletrônicos a observar a constância na faixa é, de fato, incrível! Eles nem parecem ter surgido de um passado tão rústico e cheio de desafios. E a trajetória segue firme! Mesmo com transportes coletivos em alta ou com a micromobilidade ganhando tentáculos, além de oferecer a função da mobilidade em si, o carro continua como um objeto de desejo, despertando paixões pelo design e pela potência, servindo, inclusive, como carimbo de sucesso a desfilar nas avenidas e estradas… (Fotos: divulgação Daimler-Benz; Wikipedia)