Houve um tempo em que os dados – analógicos, é claro… – eram compilados uma ou duas vezes ao ano, justamente para o tal ´fechamento do balanço geral´. Incluo aqui, logicamente, o segmento automotivo. Simplesmente, essas amplas informações que temos facilmente hoje, à disposição na tela do celular, somente apareciam em editorias especializadas de alguns jornais impressos. Pouca gente tinha acesso. Agora, o tal ´romaneio´ digital é diário, completo, imediato!
Tudo acontece ao mesmo tempo e há pressa, porque a concorrência não dorme jamais. Pelo contrário: a disputa acontece com fortes mordidas nos calcanhares do oponente e até com cruéis degolamentos que riscam do mapa as marcas menores, de pouca potência financeira, coisa que tem acontecido, particularmente, na China, aonde ´startups´ nanicas estão sucumbindo à feroz briga de preços no maior mercado automotivo do mundo. Essa semana, após anunciar um pequeno atraso que terá na entrega dos seus carros nos próximos dois meses, a gigante Tesla viu o preço das suas ações caindo, coisa que não acontecia desde 2020, ano da pandemia do Covid-19 quando a produção teve que parar. Logicamente, a megaempresa de Elon Musk tem bastante gordura para queimar, mas está sofrendo, sim, talvez pela primeira vez de um modo mais enfático, as amarguras de uma acirradíssima concorrência dos fabricantes chineses, principalmente a BYD e a Xiaomi, gigante do ramo de celulares e outros eletrônicos, que agora também é fabricante de veículos elétricos. O belo sedã Xiaomi SU7 foi lançado há poucos dias e já tem 100 mil pedidos feitos, dentre os quais, quase 43 mil compras já confirmadas e pagas! Pode ter certeza de que isso causa dor de cabeça na diretoria de qualquer multinacional fabricante de veículos híbridos e elétricos. Só para se ter uma ideia do que acontece nesse ringue: com o novo slogan “A eletricidade é mais barata que o petróleo”, a BYD lançou dois modelos híbridos no mercado chinês ao preço de apenas US$ 11.090, cerca de R$ 55.500! E o mercado vai bem e crescendo em várias praças, inclusive o Brasil. Dados divulgados essa semana pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), mostram que foram produzidas 538 mil unidades no 1º trimestre, número que indica um crescimento de 0,4% a mais que o mesmo período do ano passado dentro do mercado nacional. Nos Estados Unidos a previsão é de uma produção e venda de 16 milhões de unidades em 2024! Somente nos três primeiros meses foram vendidas, aproximadamente, 3,75 milhões de unidades, o que aponta um crescimento de 5,2%. Até em ambiente de guerra, na região da Rússia e Ucrânia, as vendas estão crescendo. A marca local Lada e as chinesas Haval, Chery, Geely e GAZ LCV estão felizes da vida ao dominar o mercado russo sem a concorrência dos tradicionais fabricantes ocidentais. Pela performance de venda dos primeiros 90 dias, o ano de 2024 está prometendo surpresas positivas. Nós seguimos acompanhando de perto! (Fotomontagem: Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)