O termo ´micromobilidade´ ainda não é muito familiar no Brasil, mas, para você entender do que se trata, hoje em dia os patinetes, bicicletas, skates e monociclos elétricos, por exemplo, já se enquadram como tipos de veículos que compõem o universo em expansão da micromobilidade. Destaca-se o ano de 2017 como um marco inicial da ´febre´ por esse tipo de mobilidade com veículos compartilhados, principalmente, em grandes centros urbanos. Os pontos principais do contexto sempre permearam a rapidez dos deslocamentos (para se fugir do trânsito tradicional) e também a economia de dinheiro na hora de se conseguir cumprir compromissos de trabalho ou lazer.
Metrópoles famosas como New York, Tóquio, Pequim, Paris, Bruxelas, Roma, Barcelona e também São Paulo e Rio de Janeiro, dentre outras, adotaram o conceito e vão convivendo, como podem, com as dificuldades naturais oriundas das novidades tecnológicas. Questões como a falta de educação e a pouca responsabilidade no uso pelos condutores desses pequenos veículos, são as principais causas de preocupação das autoridades em permitir (ou não) esse conceito para que se integre à paisagem citadina. Os problemas começam com o compartilhamento de espaço entre os microveículos e as pessoas em cima de praças, ruas e calçadas. Nem sempre existem ciclovias bem sinalizadas e em bom estado e, lembremos: ciclovias foram criadas para comportar ´apenas´ bicicletas impulsionadas por pedais… Além de conflitos diretos entre pedestres e usuários da micromobilidade, que geram aborrecimentos, stress e, muitas vezes, acidentes, existe a falta de normatização, de leis de trânsito que regulamentem esse delicado convívio.
Evidentemente, a micromobilidade é um novo negócio que gera milhões em várias partes do mundo para aqueles investidores que criam negócios de veículos compartilhados e, quase que com 100% de propulsão elétrica. Os diversos detalhes que envolvem esse contexto, incluem empresas de investimento e seguro, manutenção dos veículos, controle do aluguel, tarifação interessante das horas de uso, parceria com prefeituras e órgãos policiais e/ou de trânsito, dentre outros fatores que podem levar um empreendimento de micromobilidade ao sucesso pleno ou à falência total. É muito prático ou ´cult…´ como diriam por aí, subir num moderno patinete elétrico para resolver rápidos compromissos urbanos. Dribla-se o trânsito, economiza-se dinheiro e tempo e, com isso, é possível gastar os tostões poupados em outras atividades rotineiras. Mas não é nada bom se estatelar no chão por causa da imposição desrespeitosa de um automóvel de quatro (ou mais) rodas ou atropelar alguém, ferindo gravemente um transeunte que vinha caminhando tranquilo tomando um sorvete e olhando as borboletas… Os costumes entre os jovens, mudaram demais. Hoje em dia, pessoas entre 18 e 25 anos já não têm como objetivo principal adquirir um carro ou uma moto para se locomoverem. Preferem usar veículos de aplicativos ou o metrô ou ainda morar perto do trabalho para ir e voltar a pé ou de bicicleta, já que os deslocamentos médios das pessoas em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro geralmente medem-se entre 2,6 e 8 km. Do jeito que a micromobilidade tem sofrido com fechamentos de empresas que apostaram nisso (inclusive algumas que chegaram de foram para o Brasil e já se retiraram após largos prejuízos), constata-se que, ao menos por enquanto, a micromobilidade não é uma ameaça à indústria automotiva tradicional. E você: trocaria o seu aconchegante carrão com ar-condicionado por um patinete elétrico? (Fotos: divulgação Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)