A segurança automotiva em alerta desde agosto de 1869, época do 1º acidente fatal

Considera-se o dia 31 de agosto de 1869 como a data que marca o primeiro acidente com ocorrência fatal na história do automóvel. Uma mulher na Irlanda foi a vítima. A partir daí a atenção com a segurança dentro e fora do veículo, mesmo que de maneira incipiente, nunca mais se dissociou da evolução dos automóveis em geral. Os carros sucederam às carroças puxadas a cavalo ou boi, evidentemente, precários meios de transporte.

A primeiríssima solução de conforto (e segurança, por causa do melhor atrito com o solo) foi o emborrachamento das rodas, com a posterior criação dos pneus cheios de ar-comprimido. Em substituição aos sistemas brutos de frenagem – com madeira sendo pressionada nas rodas de madeira, fitas de couro e, subsequente ferro em atrito com ferro – o sistema hidráulico de freios foi criado, imagina-se, em 1922, mas somente utilizado em maior escala no final desta década. Vidro temperado, cintos de segurança, para-brisa escamoteável, para-choques e lataria frontal deformáveis, painéis centrais com materiais macios, faróis que acompanhavam a direção do volante e até sistema reserva de freio, foram algumas ideias que se transformaram em úteis soluções de segurança automotiva.

No início da década de ´1930, nos Estados Unidos – de maneira precursora – iniciaram-se alguns testes de colisão para medir a capacidade de resistência ao impacto das carrocerias. A GM (General Motors) se posiciona como a primeira fabricante a realizar testes com barreiras. Concomitantemente com a criação da Automobile Safety League of America (Liga de Segurança do Automóvel da América), surgiram nessa época os famosos ´crash tests´. Os freios a disco começaram a se popularizar em 1949, assim como em 1958 um engenheiro da marca sueca Volvo Cars criou o cinto de segurança de três pontos, que protegia, além do abdômen, os ombros. O pico da seriedade e profissionalismo nos testes de colisão ocorreu somente em 1967 com a criação da NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration/ Administração Nacional de Segurança Rodoviária) nos EUA. Em 1979 essa instituição começou a tornar públicos os resultados de todos os testes de veículos realizados em solo americano.

Os dois sistemas de segurança mais populares até hoje são os freios antitravamento ABS (Antilock Braking System) – que possibilita ao motorista desviar de um obstáculo freando, mas sem que as rodas travem e o ´air bag´ (bolsa de ar). O ABS começou a ficar conhecido por equipar o Mercedes-Benz Classe S (W116) a partir de 1978 e (no mesmo Classe S) o airbag vinha como opcional a partir de 1987. Apesar do pioneirismo dessa famosa marca alemã, a fabricante sueca Volvo Cars (que já pertenceu à Ford e em 2010 foi vendida ao grupo chinês Geely), é a empresa de maior renome no quesito segurança. A Volvo foi responsável pela introdução da maioria dos itens de segurança veicular inventados entre 1950 aos dias atuais e, até hoje, permanece viva na memória da maioria das pessoas como, de fato, a marca de veículos mais segura de todas, a ponto de iniciar (em 2014) uma ousada campanha chamada “Zero Acidentes”, aonde o objetivo é que no menor espaço de tempo não haja mais nenhum acidente com vítima fatal a bordo de um carro da Volvo. Logicamente, estamos num momento aonde a tecnologia – em alguns modelos de veículos – sobrepõem-se à ação humana, senão o tempo inteiro (em veículos 100% autônomos) mas em alguns instantes preciosos, aonde a falha orgânica – que poderia gerar graves colisões com mortes – é socorrida em milésimos de segundo por ágeis computadores que comandam câmeras, radares, sensores Lidar, dentre outros, agindo no volante e nos freios para, ao menos, minimizar a potência de um acidente. Do cavalo ao freio autônomo, das rodas de madeira aos novos pneus sem ar da Goodyear e Michelin, a evolução automotiva segue firme sempre em busca de mais segurança. (Fotos: divulgação Volvo Cars / Instagram: @acelerandoporai.com.br)