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Com crescimento bem acima da média, norte-americana Tesla domina com folga o mercado de veículos de luxo

Os números finalizados das vendas globais de automóveis, somente estarão disponíveis no decorrer de janeiro de 2024, mas até o primeiro dia do início do quarto trimestre de 2023, a norte-americana Tesla (marca de carros elétricos mais bem sucedida da atualidade, com sede nos Estados Unidos e fábricas, também, na China, Alemanha, Canadá e Holanda), já havia comercializado cerca de 486 mil veículos 100% elétricos, número que indicava um memorável crescimento de pouco mais de 43% em relação ao mesmo período de 2022. Nesse ritmo, a Tesla fechará 2023 pelo segundo ano consecutivo como a marca líder em vendas de carros de luxo nos EUA, segundo maior mercado global, perdendo apenas para China. Dentro do território americano, as principais oponentes da Tesla são as alemãs BMW, Mercedes-Benz e Audi e a japonesa Lexus, ambas com amplo portfólio de veículos a combustão e já bem equipadas com opções 100% elétricas.

A questão é que Elon Musk, fundador e CEO da Tesla, conseguiu – há mais de uma década – introduzir no mercado ótimos produtos com tecnologias inovadoras, extrema durabilidade, muito luxo e… com preços competitivos. Por exemplo, o Tesla Model 3 com tração traseira e 1 motor elétrico, pode ser comprado por cerca de US$ 29.750, o que dá, aproximadamente, R$ 145.000, preço mais em conta do que o de um BYD Dolphin no Brasil. Já um Tesla Model Y, mais completo, com dois motores e tração integral, é ofertado por US$ 50.000 (R$ 244.000), ainda um valor muito interessante quando observada a importante ´relação custo-benefício´. Em suma: a Tesla conseguiu viabilizar excelentes produtos com preços justos e com níveis tecnológicos sempre pioneiros. Mais um detalhe: a linha de automóveis da Tesla é extremamente enxuta, é ´clean´ num ambiente para lá de confuso com muitas divisões, segmentos subdivididos em tamanhos (compactos, médios, grandes…) e em fatias esdrúxulas que apontam SUVs que se misturam com crossovers, sedãs confundidos com cupês e uma infinidade de estranhezas. Por exemplo: a Tesla oferece os modelos 3, S, X, Y e a picape Cybertruck. A Mercedes-Benz tem as linhas A, B, C, CLA, CLE, E, G, GLA, GLB, GLC, GLE, GLS, S, T, V e os elétricos EQA, EQB, EQC, EQE Saloon, EQE SUV, EQS Saloon, EQS SUV e EQV! Audi, BMW e Lexus têm portfólios bem menos confusos. Dentre as que citei, a BMW foi a que mais cresceu em 2023: tinha subido quase 11% no final do 3º trimestre, ou seja, um crescimento quatro vezes menor que o da Tesla. Com a implementação da sua nova plataforma MMA (Mercedes-Benz Modular Architecture), que já apareceu no novo Concept CLA-Class, a Mercedes tenta enxugar seu vasto portfólio, já que essa arquitetura equipará pelo menos quatro novos modelos (incluindo SUVs compactos), podendo, provavelmente, eliminar as famílias GLA e GLB. Mesmo sendo qualificada como uma marca de luxo, portanto, com produtos mais caros, a Tesla hoje já vende mais que a Subaru e pouco menos que a KIA lá nos EUA. A luta dessas gigantes tradicionais contra a Tesla somente cresce pelo aumento da demanda por veículos elétricos em mercados importantes (EUA, Europa e China). Elas terão de encontrar uma equação que envolva a minimização do lucro em vendas individuais (e ganho máximo em volume anual), simplificação do portfólio e entrega de níveis tecnológicos de alto padrão. Tudo o que a Tesla já vem oferecendo há pouco mais de 10 anos… (Foto: divulgação Tesla / Instagram: @acelerandoporai.com.br)