Estima-se que atualmente no mundo circulem cerca de US$ 480 trilhões e que deste montante, apenas 1/5 dessa riqueza global seja representada em ´dinheiro vivo´. O restante se move de maneira digital ou em outros tipos de moedas modernas existentes e demais títulos extras que compõem a economia. Além desse valor significativo, as experiências digitais estão cada vez mais presentes. O QR-code e os códigos de barra são os bisnetos da caixa registradora e tomaram conta das prateleiras físicas e virtuais. Em dezembro de 2019 a OMS (Organização Mundial de Saúde) começou a receber alertas de várias partes do mundo sobre o surgimento do ´Coronavírus´ e, em fevereiro de 2020 a pandemia foi oficialmente declarada. A partir desse instante começaram os desequilíbrios nas cadeias de suprimento em todo o mundo e o segmento automotivo foi um dos mais afetados pelo desabastecimento de componentes-chave para a produção de veículos novos, tendo os semicondutores (chips), como os principais elementos a fazer falta. O resultado disso foi uma queda enorme na produção de veículos ´zero km´ e uma consequente alta na comercialização de automóveis usados (hoje comumente chamados de ´seminovos´).
Exatamente aí, começaram a surgir os chamados ´disruptores´ do mercado. Empresas idealizadas por apenas uma pessoa, mas, lastreadas por investidores que acreditaram em novas tendências num momento de crise. No pico da pandemia do Covid-19, com o comércio tradicional fechado e com a imposição de ´se ficar em casa´ implantada por muitos países, os megaportais de vendas on-line consolidaram-se como empresas multibilionárias. O momento delicado inspirou a proliferação e o crescimento meteórico de muitas ´startups´ ligadas ao comércio on-line de carros usados. Várias delas com injeções bilionárias, inclusive com capital aberto em bolsas de valores, chegaram a gerar carteiras com milhares de clientes interessados a fechar negócios num ambiente completamente digital. A norte-americana Carvana e a Cazoo (do Reino Unido) foram apenas duas dessas empresas que chegaram a valer bilhões de dólares e a movimentar muitos outros milhões e que agora, no pós-Covid a normalizar a situação de convívio social, estão amargando enormes prejuízos. Mercados importantes como a China, EUA, Inglaterra, Brasil, Alemanha e Japão, apesar da aceitação dos movimentos digitais cotidianos, demonstram – por depoimentos do próprio público – que a maioria das pessoas ainda prefere uma experiência de compra presencial de veículos novos ou usados, aonde é possível observar aspectos gerais, cores e possibilidades de escolhas e financiamentos. O setor aonde as coisas sempre aconteceram no bate papo com ´olho no olho´ e cafezinho quente no final… parece retomar o fôlego novamente nos quatro cantos do planeta. E você: aprova a experiência de comprar um carro on-line ou prefere conhecer o produto de perto?