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Mercado dos Estados Unidos mostra panorama nebuloso para os elétricos

Atualmente, o papo mais frequente nas altas rodas dos grandes executivos das montadoras está ligado às dúvidas sobre as possibilidades do sucesso consolidado dos veículos 100% elétricos, coisa que ainda não aconteceu nem mesmo na China, país que mais tem incentivado essa tecnologia, inclusive com largos subsídios governamentais.

Em 2023, pela primeira vez nos Estados Unidos, as vendas de carros elétricos ultrapassaram a marca de 1 milhão de unidades. Na realidade, foram pouco mais de 1,2 milhão de veículos 100% elétricos (BEVs), número que representou quase 7,8% do total das comercializações. Desse montante, a metade foi negociada pela norte-americana Tesla, que utilizou uma política aguerrida de corte de preços e surfou em incentivos fiscais, acessíveis, também, à outras marcas. Questões reais, no entanto, existem e incomodam. No último trimestre de 2023 as vendas de carros 100% elétricos caíram, os preços subiram e as reclamações de usuários aumentaram no sentido de não terem acesso a suficientes pontos de recarga. Vários deles encontram-se danificados e os que sobram, geralmente já estão ocupados por outros carros. Essas queixas são verídicas e estão na mídia automotiva séria dos EUA para quem quiser conferir. E existem outros empecilhos: no último dia do ano passado, vários incentivos fiscais para a compra de carros elétricos, deixaram de valer. Além disso, no caso dos Estados Unidos e outros países com inverno rigoroso, o frio diminui a capacidade das baterias. A autonomia cai significativamente. Em determinadas regiões dos EUA em janeiro deste ano, por exemplo, carros ficaram – literalmente – congelados e grudados aos postos de recarga por dias, até que a temperatura se elevasse e os veículos pudessem ser removidos. O mercado norte-americano, apesar de ser o 2º colocado em vendas atrás da China, é o grande consolidador de tendências automotivas. E o que está dando mais certo por lá nesse instante são os PHEVs (híbridos plugáveis ou não). Mais baratos, práticos e confiáveis, atendem bem e não estão sujeitos aos melindres dos veículos puramente elétricos. Praticamente todas as grandes marcas já perceberam esse movimento e agora se inclinam com mais atenção para os híbridos, talvez a esperar a construção de uma infraestrutura de recarga mais confiável e que atenda, de fato, à demanda.  (Fotomontagem: Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)