Com valores entre R$ 61.190 (versão Zen/1.6 manual), R$ 70.990 (Intense/1.6 câmbio CVT automático) e R$ 73.090 (1.6 CVT Iconic), o Stepway (ano/modelo 2020) é a possibilidade mais luxuosa da linha Sandero, aliás, desde 2017 que a Renault do Brasil decidiu não mais chamá-lo de “Sandero”, e sim, apenas “Stepway”, posicionando-o num patamar superior dentro da gama.
Bons itens >> Testei recentemente a versão intermediária, equipada com sensor de estacionamento traseiro (+ câmera de ré), direção eletro-hidráulica, ar-condicionado digital, faróis de neblina, central multimídia com espelhamento, piloto automático, controle de tração e estabilidade, rodas aro 16”, além de sensores de luz e chuva.
Mudança coerente >> O Stepway 2020 foi esteticamente remodelado, ganhando grupo óptico dianteiro totalmente refeito com faróis de LEDs e luz diurna, assim como lanternas traseiras inéditas, que ´invadem´ a tampa do porta-malas. A solução plástica foi muito bem sucedida, revigorando as linhas desse hatch.
Motorização >> Bem completo e sempre com motor flex 1.6 SCe de 118 hp de potência máxima, o Renault Stepway pode vir com câmbio manual ou agora com a caixa automática CVT (sigla para evolução ´continuamente variável´) que simula 6 trocas. Não consigo entender qual a finalidade disso, já que, a meu ver, quem compra um carro automático, pouco está ligando se haverá trocas de marchas ou não, mas… nesse caso ainda há a opção de brincar de mudanças manuais na própria alavanca no assoalho.
Bom, mas poderia ser melhor >> O acabamento dessa linha é um pouco superior ao que vem no Logan e Sandero, com bancos com costuras bem feitas e o aspecto geral é agradável, mas a Renault continua (mesmo nos seus carros mais caros) a exibir um conjunto pouco requintado, sempre com a presença excessiva de plásticos.
Pontos positivos >> Agradável no dia a dia, esse hatch compacto oferece coisas legais, como o piloto automático mais fácil de ser utilizado do mercado, amplo espaço para até quatro pessoas, porta-malas enorme, consumo tolerável de 8,1 km/litro na cidade, boa altura em relação ao solo e uma robustez indiscutível. Sandero/Stepway/Logan são carros feitos para durar. Pergunte isso a um taxista ou motorista de Uber, e a manutenção é acessível, para não dizer barata em relação a outros compactos.
Isso eu não gostei >> Acho que a Renault cometeu um erro grosseiro ao adaptar uma caixa de câmbio automática (CVT) da Nissan no Sandero/Stepway e Logan. Para que a solução se concretizasse (sem que a transmissão batesse no chão), a suspensão teve que ter a altura muito elevada, deixando a parte interna dos para-lamas amplamente devassada. Um arranjo de péssimo gosto que, no caso do Stepway, é disfarçado pelos aportes decorativos que circundam todo o carro.
Além disso, a central multimídia do carro que testei não aceitou – de maneira alguma – um pen drive de músicas, e o problema não foi dos três pen drives testados, e sim do sistema do carro mesmo. Outro pecado do Sandero/Stepway, nesse caso até perigoso, é a quina das portas, que passam raspando no rosto de quem as abre ou fecha. Isso é coisa antiga que a Renault jamais se preocupou em consertar. Se você bobear, leva um golpe certeiro.
Eu compraria? >> Sim, sem dúvida. Dentro da linha Sandero/Stepway, eu ficaria nos dois extremos. Acho que pela robustez comprovada e preço que gira em torno de R$ 42.990, o Sandero Life 1.0 com câmbio manual e motor de 3 cilindros, oferece excepcional relação custo-benefício. Acho que essa configuração vale o que entrega.
No outro ponto, vem a deliciosa versão esportiva R.S, que parte de R$ 69.690 doando um conjunto maravilhosamente sedutor, com motor 2.0 aspirado com 150 cv de força total. É áspero, um pouco ruidoso, mas demonstra-se um esportivo “raiz” como tem que ser. E para andar na maciota, curtindo um som e desfrutando da comodidade de um câmbio automático, o Stepway é a versão que mais chama atenção, mas definitivamente, ele não seria a minha escolha. Qual seria a sua? (Fotos: Agência FBA / Divulgação / Instagram: @acelerandoporai)
