Rampage Rebel 2.0 a gasolina: confira o test-drive dessa picape da RAM que oferece divertidos 272 cv de força!

O nome de ´batismo´ é norte-americano e a aparência, idem, mas a picape RAM Rampage é brasileiríssima. Montada a partir da conhecida ´plataforma Small Wide´(que serve, por exemplo, ao Jeep Compass e à picape Fiat Toro), a RAM Rampage é fabricada na cidade de Goiana, interior de Pernambuco, numa das fábricas mais modernas do conglomerado Stellantis.

O modelo nasceu justamente para a RAM abrir uma nova possibilidade dentro do seu portfólio que sempre se caracterizou por oferecer picapes de porte grande. Contrariando essa característica, a Rampage oferece carroceria e espaço interno praticamente idênticos aos da Toro, portanto, está mais para um utilitário compacto do que para uma picape média, que é o caso da Toyota Hilux e Ford Ranger, em termos comparativos.

A RAM Rampage concorre, na minha opinião, com a própria Toro e, principalmente, com a Ford Maverick, ambas bem mais baratas, já que ela começa com tabela em R$ 259.990 (versão Rebel a gasolina, a que testei) e vai aos R$ 287.990 na configuração R/T, topo da gama.

As diferenciações mais evidentes entre a Rampage e a Toro (modelo ´irmã´ da família Stellantis) estão no nível de acabamento interno – no caso da Rampage, muito mais requintado – e na motorização a gasolina, que oferece o propulsor 2.0 Hurricane-4, com turbocompressor e injeção direta de combustível. A unidade entrega competentes 272 cv de força e um torque de 40,8 kgf.m.

Na configuração a óleo diesel, o motor é o mesmo dos Jeeps Compass e Commander: 2.0 turbodiesel, 4 cilindros e apenas 170 cv e 38,7 kgf.m. Como diz o velho ditado: “Cavalo corre, cavalo bebe…”. Quem opta pela versão a gasolina, não pode se preocupar com o consumo desse veículo. Totalmente descarregado e com apenas uma pessoa ao volante, ela faz menos de 7 km/litro em ciclo urbano. É alto, mas até razoável para deslocar uma massa total de 1.917 kg.

Os pacotes de itens de série, requinte de acabamento e conjunto de segurança são bem completos, oferecendo interior com revestimento em couro, painel superior acolchoado, bancos com controles elétricos, painel de instrumentos 100% digital com 10,2 polegadas, tela multimídia de 12,3”, ótimo sistema de som (opcional) da Harman Kardon e volante multifuncional de fácil manuseio.

A RAM Rampage oferece, também, piloto automático adaptativo, frenagem automática, assistente de manutenção de faixa, comutação automática de farol alto, abertura elétrica da tampa do compartimento de carga (assim como, capota marítima rígida e elétrica), monitor de ponto cego, dentre outros mimos quase invisíveis, porém, úteis.

A máquina com cara raivosa pode vir com detalhes externos de acabamento em preto fosco ou cromado, dependendo da configuração optada: Rebel, Laramie ou R/T. Há diferenças de níveis e preços, mas basicamente os padrões de conforto e requinte são os mesmos. Os grupos ópticos são de LED e a desenvoltura da picape (principalmente na versão a gasolina/272 cv) é agradável, com folga de torque e aceleração de sedã esperto.

O comprimento total da RAM Rampage (para-choque a para-choque) é de 5,03 m. Não parece, mas ela só tem 7 cm a mais do que uma Fiat Toro. O design mais chamativo torna sua aparência mais imponente, mas nada que impeça o uso urbano, inclusive em balizas que são auxiliadas por uma ótima câmera de ré. Todas as versões vêm com caixa de câmbio automática de 9 marchas.

Veículo muito bem acertado mecanicamente, sacoleja pouco a traseira e tem bom comportamento em curva, mas em altas velocidades ela é aerodinamicamente ruidosa. Outra coisa que me incomodou foi o zumbido dos pneus Pirelli Scorpion All Terrain na medida 235/65 aro 17”. Bons na terra, mas barulhentos no piso de concreto. A RAM poderia ofertar pneus exclusivos para asfalto, opcionalmente.

Outro detalhe incômodo é o acesso pelas portas dianteiras, com a parte superior da moldura muito baixa, exigindo contorcionismo para pessoas acima de 1,75 m de altura. No geral… um bom utilitário, adequado para quem acha a Fiat Toro muito popular, a Ford Maverick pouco equipada tecnologicamente, e não quer encarar uma RAM tradicional com o seu gigantismo inadequado para ruas e vagas apertadas. (Fotos: divulgação Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)