Motorzinhos elétricos e tecnologias que, provavelmente, vão te conquistar

Não acredito que haja nesse mundão velho de Deus, alguém mais apaixonado pelo universo analógico. Sinto saudades da máquina de escrever (mas uso computadores), me encanto com o padrão futurista dos carros elétricos (mas adoro passear no meu Fusca 1994 sentindo o cheiro da gasolina) e, assim como um índio que viu o primeiro avião passar, quando estou a bordo de um jato ainda fico impressionado com os atributos daquela incrível cápsula voadora. Além dessas coisas, eu entendo o valor da robotização na medicina, mas me admiro mesmo com aquele médico que consegue fazer uma leitura do paciente somente com os olhos e a sensibilidade da vocação. Esse sou eu: um cara que gosta do gargarejo de um motor V8 a combustão e sempre mantenho a esperança na humanidade por acreditar que o filé à parmegiana jamais será extinto, a cervejinha gelada sempre estará disponível e – outra coisa que adoro, mas é impublicável em espaço tão familiar… – sempre existirá.

Quero dizer que, apesar dessa minha ligação tão intensa e até poética com as coisas mecânicas, entendo perfeitamente a necessidade da evolução de todas as tecnologias que são criadas para melhorar o dia a dia das pessoas. Escrevo esse texto inspirado num carro que testei essa semana, o TAN, um SUV 100% elétrico de porte grande, alto luxo e irrepreensível beleza, fabricado pela marca chinesa BYD. Desde criança que sou fascinado por automóveis. Ainda na era totalmente analógica, comecei a me informar sobre o tema através dos textos de Roberto Nasser, Zé Luiz Vieira e outros grandes do ramo, em revistas como 4 Rodas, Motor 3 e Oficina Mecânica. Por ali fui acompanhando a evolução dos carros, sempre uma magia e uma paixão para mim, portanto, vi surgir os primeiros veículos chineses no mercado brasileiro. Creio que o desbravador foi o Chery QQ, um compacto que veio com a árdua missão de combater o indestrutível Fiat Uno Mille. Logicamente, ele fracassou na batalha… Todos os veículos chineses tinham péssimo acabamento, mecânica não confiável e, além disso, tinham estilo de design sofríveis, mas a metamorfose foi absoluta!

A indústria automotiva chinesa (que tem mais ou menos a mesma idade da brasileira), copiando outros modelos, tentando, errando e consertando, finalmente evoluiu a ponto de encarar e superar fabricantes tradicionais. O trio BYD, GWM e Chery são exemplos dessa evolução: chegaram em mercados consolidados por marcas famosas e se estabeleceram pela qualidade e preços extremamente competitivos. O resultado está aí com produtos bem feitos, padrão de acabamento superior e garantias que fazem torcer o nariz da concorrência. O pacote de surreais motorzinhos elétricos e telas multimídias ultra coloridas, começa a seduzir até os últimos românticos desse vasto litoral do oceano Atlântico… (Fotomontagens: Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)