Você já sabe, mas não custa relembrar: a Stellantis é um conglomerado automotivo que reúne as marcas Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS Automóveis, Fiat, Fiat Profissional, Jeep, Lancia, Maserati, Opel/Vauxhall, Peugeot e RAM, portanto, muitas são as combinações nos compartilhamentos de plataformas, motores, caixas de câmbio, arquiteturas eletrônicas e outras partes que compõem um automóvel. Isso te fará entender melhor as similaridades, por exemplo, entre o Fiat Pulse, o Peugeot 208 e o outro Peugeot, o 2008, motivo principal dessa matéria, já que ambos dividem a mesma plataforma CMP da Stellantis e o motor 1.0 turbo originário da Fiat.
No início de agosto a Peugeot do Brasil apresentou a nova geração do 2008, um SUV (Sport Utility Vehicle/veículo utilitário esportivo) de porte compacto homologado para comportar 5 passageiros, mas, adequado para transportar apenas 4 pessoas com conforto. Esse modelo agora é fabricado em El Palomar, interior argentino.
Além da mudança estética total (interna e externa), outra novidade é a descontinuação das motorizações 1.6 com 4 cilindros (turbo e aspirada), já que a partir de agora as três versões (Active, Allure e GT) somente saem com o propulsor 1.0 turbo com 3 cilindros, usado nas famílias Peugeot 208 e 2008, além de Fiat Pulse (e também na Citroën). Em partes, conheça um pouco mais o novo Peugeot 2008 (ano/modelo 2025).
Estilo >> Essa foi a alteração mais radical, já que houve um salto quântico no design desse SUV. Nesse aspecto, o insosso 2008 de geração anterior deixava muito a desejar. Agora, ele alinhou-se ao padrão estético da marca francesa, que já estava presente, por exemplo, nos modelos 208, 3008 e 5008, portanto, ganhou em qualidade plástica em todos os sentidos.
A distribuição de volumes é harmoniosa, a frente ficou bem esportiva com uma enorme grade tridimensional e o grupo óptico frontal é completamente composto por lâmpadas de LED. A versão GT vem equipada com rodas de liga leve aro 17”, com pneus na medida 215/60. As tais ´garras de leão´ na assinatura visual luminosa (tanto na frente quanto na traseira) dão uma exclusividade extra ao modelo.
Parte interna >> A Peugeot (antigamente muito mais do que hoje) sempre se preocupou com o requinte dos seus carros. O novo SUV 2008 tem bancos confortáveis, acabamento condizente com o preço e (na versão GT, topo de linha e mais esportiva), os detalhes internos são escurecidos, desde os tecidos dos assentos e forrações de portas ao revestimento do teto.
Um detalhe que não consegue me convencer é o tal “i-Cockpit 3D”, que se consiste num painel de instrumentos + volante muito desconectados entre si. Mesmo com a possibilidade de ajuste de altura e profundidade da coluna de direção, não há um acerto satisfatório para se guiar o carro. O aro do volante é pequeno demais e o painel de instrumentos digital fica extremamente escondido. Outro aspecto incompreensível do projeto Peugeot 2008 no quesito ´ergonomia´ é a altura exagerada das soleiras das portas, que dificulta a entrada e saída do carro.
Motorização >> Dentre as duas marcas francesas da Stellantis, a Citroën sempre privilegiou o conforto. Já a Peugeot, historicamente, mantém um dedo na esportividade, mas nesse caso, a sensação é de extrema maciez na suspensão e bom nível de isolamento acústico em baixas e médias rotações. É bem agradável o acerto do câmbio automático CVT (com simulação de 7 marchas) associado ao motor 1.0 turbo com graduação leve de pressão do sistema.
É um veículo com vocação amplamente urbana, feito para quem quer rodar tranquilo, com um motor confiável e um bom nível de conforto. A direção elétrica é extremamente leve, detalhe muito positivo em manobras. A unidade de 1.000 cm³ (1.0 litro) com turbocompressor e 3 cilindros, entrega 125 cv (quando abastecido com gasolina) e 130 cv no etanol. O torque é o mesmo: 20,4 kgf.m.
Aspectos gerais >> O Peugeot 2008 concorre com outros SUVs mais tradicionais no mercado: VW T-Cross e Nivus; Nissan Kicks; Jeep Renegade; Renault Kardian, dentre outros. Nessa nova geração, aqui no Brasil ele é ofertado em três versões: Active (a partir de R$ 124.990); Allure (R$ 134.990) e GT (R$ 154.990).
Os preços estão na média dos oponentes, portanto, se você está interessado num SUV compacto, vale a pena testar todos e pesar os prós e contras. No caso do Peugeot 2008, o pacote tecnológico e de segurança é bem completo desde a configuração de entrada. Confira abaixo as diferenças.
Compare as versões >> O Peugeot 2008 Active vem com grupo óptico frontal em LED, mas os piscas ainda são halógenos. Lanternas traseiras e luzes diurnas também são em LED. O volante é multifuncional nas três versões. Nos dois primeiros degraus ele vem com quatro airbags e na versão GT, são seis bolsas de ar, inclusive de ´cortina´. Todos trazem assistente de partida em rampa, piloto automático com limitador de velocidade, alarme, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, ar-condicionado digital, freio de mão eletrônico.
A configuração Allure adiciona os bancos em couro, câmeras com visão 360 graus, alerta de ponto cego, chave presencial e partida por botão, sensor de estacionamento dianteiro, carregamento de celular por indução e rebatimento elétrico dos espelhos externos.
Já o Peugeot 2008 GT vem com tudo já citado acima e com um pacote de segurança bem mais completo, com alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, comutador automático de farol alto, teto solar panorâmico, leitor de placas de velocidade, alerta de mudança involuntária de faixa com correção de trajetória e possibilidade de mudanças de marchas na alavanca de câmbio e nas aletas atrás do volante.
Pontos finais >> O novo desenho da carroceria do Peugeot 2008 é um forte argumento para a escolha, afinal, o modelo tornou-se um SUV agradável esteticamente nessa nova geração. Por oferecer trem de força da Fiat, certamente será um carro de baixa manutenção, dada a robustez e a confiabilidade mecânica. Outro ponto positivo é a maciez ao rodar. O levíssimo volante elétrico e a suspensão macia entregam ótimo conforto e a comodidade do câmbio automático CVT amplia essa condição.
Merecia um trabalho de ergonomia muito mais apurado. Como já citei acima, o i-Cockpit 3D nem é funcional no design e atrapalha na posição de dirigir e no campo de visão do painel de instrumentos. Mas há quem goste dessa solução… No geral, um SUV com todos os pré-requisitos para se encaixar bem no mercado, para buscar um lugar ao sol. (Fotos: divulgação Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)