Nos Estados Unidos, motores a gasolina para automóveis e aeronaves em medida reduzida são muito populares, principalmente em escala 1 para 5 (cinco vezes menor que o motor de tamanho original) e 1 para 6, mas há cada vez mais interessados em escala 1 para 4. Atualmente, o menor propulsor V8 com compressor em produção comercial é feito pela Conley Precision Engines. Um automóvel em escala 1:4 tem 1,20 m de comprimento, seu motor pesa 50 kg e atinge velocidade máxima de 160 km/h. Geralmente, os motores para modelos fisicamente tão grandes são de dois tempos, deslocam 33 cm³ e desenvolvem entre 3 e 4 hp a entre 6.000 e 8.000 rpm. Mesmo os maiores 1:4 são simples e relativamente baratos. Um motor de 160 cm³ desenvolve 17 hp a 9.000 rpm, pesa 4 kg e custa cerca de mil dólares.
A grande novidade neste mercado é o Conley Stinger 609, com 100 cm³ (6.09 polegadas cúbicas) e 9,5 hp a 10.000 giros – e custa um pouco mais de US$ 7 mil. Normalmente, quem tem um carro de corridas em escala tem um exemplar do veículo original. É o caso do Dodge Charger Daytona, o mais procurado: de fábrica media 5,75 m de comprimento, pesava 1.690 kg e tinha um motor V8 hemi 7.0 de 425 hp. Em escala 1:4 ele passa a ter 1,44 m de comprimento, 260 kg de peso e seu motor desloca 109 cm³ e desenvolve uma potência de 6,6 hp.
Mas um modelo em escala não é apenas o de uma aparência correta, nem mesmo com o desempenho esperado. Boa parte do gosto pela competição está no som do motor, e para os entusiastas não existe nada como o som de um V8 de bloco grande, que à baixas rotações é hipnótico e a altas velocidades é quase um lamento berrante dois oitavos mais alto do que os concorrentes. Esta é uma das muitas razões por que o 609 é tão procurado.
Um motor em escala sempre tem problemas vindos da própria diminuição do tamanho. Um grande problema vem da lubrificação, problemática a 10.000 rpm. Essa situação foi eventualmente resolvida com a ajuda dos engenheiros da Sunnen Products Co., líder na eliminação de espelhamento nas paredes de cilindro e que trabalhou com a Conley nas camisas. Descobriram ser necessário fazer um corte profundo cruzado nas camisas, que passaram a ter capacidade suficiente de lubrificação para se ajustar aos movimentos do pistão e que ficaram lisas o suficiente para reduzir os efeitos desses movimentos, mantendo-se tolerâncias menores entre os pistões e as camisas. Os modelos de produção podem ser usados por longos períodos a altas rotações sem aquecimento ou desgaste excessivos.
O Conley Stinger tem arranque elétrico e embreagem centrífuga como equipamento de linha e é disponível com ou sem o compressor volumétrico. O preço de lista com aspiração natural é de US$ 5.695 e com compressor (60% mais potência) de US$ 1.700 a mais. Os envolvidos nesse esporte dizem que a competição de carros em escala é um esporte de alta tecnologia sem custos absurdos, e quem se dedica a ele normalmente nem imagina deixá-lo. (Fotos: divulgação / Os artigos assinados por colaboradores são de inteira responsabilidade dos seus autores. Texto desta seção: Zé Luiz Viera)