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buru-rodas

A idade da pedra de volta (ao vivo e em cores) e outras novidades inusitadas!

Começo com uma notícia boa. Essa última semana automotiva ainda está sendo bem corrida, e uma das novidades mais impactantes do mercado foi a apresentação do novo BMW M5 Touring. Trata-se de um esportivo alemão montado numa carroceria em desuso no Brasil: a station wagon ou ´perua´, comumente conhecida por aqui dessa maneira.

Nada mais é do que um impactante BMW M5 com um porta-malas gigantesco, um tipo de equação que agrada muito ao público norte-americano e, principalmente, aos clientes europeus. O novo M5 Touring oferece um conjunto de propulsão híbrido, ou seja, mantém um vigoroso motor a combustão V8 de 4,4 litros (4.400 cm³) e um propulsor elétrico integrado à transmissão M Steptronic de oito marchas. O ´trem de força´ entrega potência total de 727 cv e incríveis 101,97 kgf.m de torque! A aceleração de 0 a 100 km/h dá-se em apenas 3,6 segundos, tendo a velocidade máxima cravada em 250 km/h (que pode atingir 305 km/h caso o modelo esteja equipado com o pacote M Driver opcional). Esse carro começará a ser vendido em novembro de 2024 nos mercados mais fortes da Europa, além de EUA e Canadá. A assessoria de imprensa da BMW aqui no país comunicou que não há previsão de venda do novo BMW M5 Touring no Brasil, o que é uma pena, mas já era previsível, dado o desinteresse do público local por esse tipo de estilo de carroceria.

Ao contrário desse estonteante exemplar da engenharia automotiva alemã que reúne estética apurada, performance magnífica e nível de tecnologia avançadíssimo, um fato grotesco ocorrido no trânsito de Manaus, capital do Amazonas, e que foi fotografado e filmado, chamou atenção do mundo todo. A questão divulgada na mídia amazonense foi a seguinte: um motorista de 55 anos de idade atropelou um motociclista (que também atua como entregador de aplicativo) e fugiu do local sem prestar socorro. O motociclista atropelado rapidamente conseguiu reunir outros colegas de profissão e saíram em perseguição ao condutor do veículo. Este, após ser interceptado, foi tirado de dentro do carro e linchado até a morte com socos, pontapés e pedradas! Não se sabe ao certo a data do início do uso desse tipo de ´pena capital´ extremamente cruel, mas se conhece o método de apedrejamento há mais de 7 séculos antes do início da era cristã.

É inacreditável que a sociedade brasileira observe um fato inusitado desses e, simplesmente, cruze os braços sem cobrar das autoridades uma revisão social. O contexto está totalmente errado: o condutor deveria ter parado para prestar socorro ao motociclista e, como não o fez, posteriormente, estaria sujeito aos rigores da lei. Acidentes e irresponsabilidades no trânsito sempre causam revolta, mas nada justifica a aplicação da barbárie física como solução. Linchamentos, motoristas bêbados trafegando na contramão e perseguições seguidas de morte estão virando senso comum nas vias brasileiras. Uma triste constatação que diz muito sobre leis defasadas e atuação distante da Justiça. (Fotomontagem: Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)