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buru-rodas

Será que você está viciado em usar o celular enquanto dirige?

Números alarmantes de acidentes de trânsito oriundos da chamada ´condução distraída´, continuam a crescer no mundo inteiro. E isso ocorre apesar das multas e penalidades mais firmes, incluindo a prisão. Dependendo da gravidade e do rigor na aplicação das leis em países sérios, um acidente com vítima fatal pode levar o condutor culpado a cumprir a condenação num presídio por muitos anos.

No Brasil, dados cruzados entre os ´Detrans´, a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e o Observatório Nacional de Segurança Viária (Onsv) estimam que aconteçam cerca de 160 acidentes de trânsito por dia ligados ao uso do celular em veículos motorizados. Usar o celular ao volante é um tipo de ´condução distraída´ ao lado do ato de comer, beber, fumar, ajustar o sistema de som e até conversar com outra pessoa dentro do veículo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) junto à NHTSA (Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário, que é um órgão ligado ao departamento de trânsito dos EUA), também participam de pesquisas e ações educativas no sentido de minimizar os efeitos nocivos da irresponsabilidade ao se dirigir um veículo imprudentemente. E o uso indevido do celular continua figurando como a terceira maior causa de mortes no trânsito, perdendo apenas para a embriaguez e para o excesso de velocidade.

A questão do uso do celular parece que já suplantou apenas a necessidade de resolver algo urgente, mesmo que isso possa gerar um perigo para o próprio motorista ou para inocentes nas vias, incluindo pedestres. Muitas são as definições de ´vício´. Gostei muito dessa: “O vício ocorre quando você tem uma forte necessidade física ou psicológica ou um desejo de fazer ou usar algo. É uma dependência de uma substância ou atividade, mesmo sabendo que isso lhe causa danos e que possa impactar a sua vida diária”.

Antigamente as pessoas se viciavam apenas em drogas como o cigarro, o álcool e os medicamentos de ´tarja preta´. E o vício em jogos também é bem antigo no âmago do comportamento humano. Com a chegada da tal ´modernidade´, o problema se estendeu aos computadores, celulares, sexo, cheiro de solventes, compras, trabalho, dentre outros.

Muitas são as razões pelas quais os vícios podem começar. Desde questões genéticas, aos abismos emocionais, pobreza, carência afetiva, solidão, angústia ou ócio. Nesse aspecto, o ser humano parece ser um oceano de subjetividade. E um dos piores vícios atuais é o do uso do celular, dada a amplitude que a tela pode proporcionar. Claro que existe o lado bom da troca de mensagens, das coisas divertidas, das possibilidades de resoluções de tantas outras coisas que podem ser feitas com poucos cliques, mas quando isso começa a tomar uma dimensão que gera dependência, aí um problemão se estabelece.

Seja sincero: quantas vezes por dia você desbloqueia o seu celular para verificar mensagens no WhatsApp ou em outras redes sociais? Você faz isso no banheiro? É capaz de se manter indiferente à outras pessoas dentro do elevador, mantendo a cabeça baixa? Você usa o celular enquanto caminha ou pratica exercícios? Você utiliza o seu smartphone enquanto dirige o seu veículo? Leva o celular para a cama? É capaz de usar o seu celular no box até na hora do banho?! Ninguém precisa apontar os nossos erros. Não são necessários testes para saber se nos enquadramos ou não como viciados em alguma atividade que prejudique o nosso cotidiano, pois a resposta está na consciência de cada um. Em relação ao uso do celular no carro, evite, pois você pode morrer ou – o pior – matar um inocente. (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)