A Volvo Cars, originalmente uma marca sueca e hoje subsidiária da chinesa Geely, encerrou o seu bem sucedido ciclo de fabricação de carros de passeio movidos a óleo diesel. A última unidade (um SUV XC90) foi montada esta semana na fábrica de Torslanda (Suécia); e no mês passado, em Ghent (Bélgica), foi produzida uma derradeira station wagon V60, também alimentada com diesel. A empresa – que notabilizou-se pelo alto padrão de segurança dos seus veículos – tem a ousada meta de tornar-se (somente) um fabricante de veículos 100% elétricos até 2030, ou seja, um prazo curtíssimo!
Dentre as marcas mais tradicionais, a Volvo Cars é a mais empenhada nesse tema e está apostando absolutamente todas as fichas nos elétricos, mesmo num momento aonde os híbridos começam a se despontar como preferência em muitos mercados e os números de vendas de carros elétricos despencam em ambientes importantes como a Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. Mas a Volvo segue firme e vai bem na sua missão. Para se ter uma ideia, até 2019 a maioria dos seus carros de passeio dentro do continente europeu eram movidos a óleo diesel e, em 2023 a companhia conseguiu aumentar em quase 70% as vendas dos seus automóveis 100% elétricos em relação a 2022. O resultado desse empenho, nós somente poderemos saber no futuro. Em paralelo à essa empreitada elétrica, o hidrogênio tem aparecido com mais frequência como uma alternativa muito viável dentro do contexto da neutralidade de carbono. Dependendo da produção do hidrogênio, ou seja, da transformação do gás em combustível, ele pode ser qualificado como hidrogênio cinza, azul ou verde. O ´cinza´ é nomeado quando o processo envolve a equação térmica na produção, quando, por exemplo, se usa o próprio óleo diesel para interagir com o vapor, gerando assim um combustível, digamos, não-amigável ao meio-ambiente. O hidrogênio ´azul´ leva esse nome quando a sua produção vem do gás natural e o ´verde´ é o que é feito a partir da eletrólise, mas a energia envolvida no processo precisa, necessariamente, vir de fontes renováveis, como a solar, hidrelétrica, eólica e geotérmica. As células de combustíveis (já utilizadas em veículos de passeio, principalmente) liberam apenas calor e vapor d´água, o que é maravilhoso para a natureza, mas, como já dito, é preciso conhecer de onde vem a energia inicial para a produção do hidrogênio, caso contrário, acontece uma espécie de equação negativa do ponto de vista ambiental. Além do hidrogênio, os combustíveis sintéticos (“gasolina”, “diesel” e “etanol” de origem não-fóssil ou vegetal) estão atingindo ótimos resultados em motores de todos os tipos. Trocando em miúdos, ainda não há nada definido sobre o futuro dos carros elétricos versus o tradicionalismo dos veículos a combustão… (Fotomontagem: Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)