Tema recorrente em qualquer simpósio sobre mobilidade, a mudança dos propulsores tradicionais a combustão (movidos por óleo diesel, gasolina ou etanol) já está acontecendo, no entanto, ela continua esbarrando em duas questões: pontos de recarga e matéria-prima para a composição básica de qualquer bateria de veículos elétricos, que são o lítio e o cobalto. Não são raros, mas ainda não se há uma noção exata (como se tem no petróleo) sobre o tamanho das jazidas e o tempo disponível de exploração das mesmas.
Os investimentos de bilhões de dólares norte-americanos estão acontecendo a todo instante com empresas tradicionais e outras ainda desconhecidas a inaugurar fábricas enormes e a firmar contratos com países que possuem lítio e cobalto. BMW, Subaru, Renault, Audi, Ford e Volkswagen (sem falar nas novas marcas que já nasceram puramente elétricas, como a Tesla) são exemplos de corporações que estão investindo nesse caminho com força total; e quem não o fizer, cairá na obsolescência mercadológica.
O riquíssimo Canadá – país de grande extensão territorial – já tem milhares de pontos de reabastecimento em locais estratégicos nos ambientes urbanos e nas estradas. Hoje já é possível rodar naquele país a bordo de um veículo elétrico, pois a cada 300 km será possível encontrar várias tomadas disponíveis. A própria Tesla ajudou a implantar essa rede. Outros pilares que estão imbricados ao universo dos veículos elétricos são o meio ambiente, a segurança, inclusão e reciclagem. Esses termos desdobram-se em questões delicadas: é danoso à natureza explorar toneladas de lítio e cobalto? Os veículos elétricos são realmente seguros? Quando os produtos terão preços mais acessíveis? E por fim: aonde serão colocados os pacotes de baterias (que pesam cerca de meia tonelada) após o veículo tornar-se inservível?
A Alemanha é o país europeu mais ´antenado´ em todas essas possibilidades, tanto é que está investindo muito nos combustíveis sintéticos (não fósseis/não derivados de petróleo), apostando, portanto, na longevidade dos propulsores a combustão nos carros, motos, aviões, navios e locomotivas. São várias hipóteses, possibilidades, questões reais, científicas e sérias, referentes a engenharia automotiva e emissões, associadas à política sem aprofundamento e papos furados de mídia desinformada. Um contexto a se pensar coletivamente, já que se trata, também, da preservação da natureza e convívio humano.
Nesse instante, toda essa salada está desarrumada por causa da persistente guerra entre Rússia e Ucrânia. Países europeus estão queimando muito óleo diesel e até carvão para gerar energia elétrica e alimentar sistemas de aquecimento de imóveis nos lugares mais frios. Tudo isso empurra o crescimento dos silenciosos veículos elétricos mais para frente, mas essa realidade existe e chegará, mesmo que tardiamente. (Fotos: BMW / Mercedes-Benz / Cadillac / Instagram: @acelerandoporai.com.br)