Dentre os itens indispensáveis para a fabricação de um automóvel, arrisco dizer que o único que não conseguiram substituir, foi o sistema hidráulico de freios. Lá nos primórdios já houve freios com tamanca de madeira encostando na roda, sapata recoberta em couro, ferro travando ferro, dentre outras ideias que não vingaram. O princípio básico dos freios de um Fusquinha feito no final dos anos ´1930 é o mesmo que o de um Porsche ano 2022. No mais… a evolução foi total, culminando no ápice (pelo menos até agora) dos veículos semiautônomos e autônomos. Apesar de toda parafernália com quilômetros de fios e centenas de semicondutores a compor a arquitetura eletrônica, ainda há falhas nos sistemas de assistência ao condutor e também existe a despreocupação das pessoas em ler atentamente os manuais de instrução, hoje em dia extremamente facilitados e em formato digital. Por causa dessa desatenção humana em entender como funciona um novo produto com tecnologia avançada, aliado a alguns ´lapsos´ eletrônicos que podem estar ligados a sinais deficientes de internet, má visualização de faixas, placas e sinais pelas câmeras dos veículos, pane nos radares a bordo, etc…, somente dentro do território norte-americano, entre junho do ano passado e maio deste ano, ocorreram mais de 500 acidentes ligados à intercorrências dos sistemas de assistência, vários deles com vítimas fatais.
Quem relata isso é a famosa ´NHTSA´ (National Highway Traffic Safety Administration/Administração Nacional de Segurança no Trânsito), órgão que regula absolutamente tudo referente à segurança em veículos automotores e suas consequências com os passageiros e transeuntes nos EUA. Após os primeiros acidentes, evidentemente, os políticos locais começaram a prestar mais atenção no assunto e, por pressão da sociedade, a NHTSA expediu ordem para que os fabricantes que vendem carros com sistemas de assistência ao volante (autônomos e semiautônomos de quaisquer níveis) passassem a enviar relatórios com todas as informações referentes tanto aos acidentes, quanto ao funcionamento dos seus sistemas. A questão agora será conseguir alinhar e padronizar toda essa quantidade colossal de dados que são coletados ininterruptamente pelos fabricantes, só que tudo feito à sua maneira, com seu software particular, ou seja, uma simples colisão ou um grave acidente podem ser vistos e interpretados por prismas diferentes pelas diversas montadoras. A realidade automotiva mudou e os autônomos e semiautônomos mostram-se ainda embrionários, por incrível que pareça… (Foto: divulgação Tesla / Instagram: @acelerandoporai.com.br)