A empresa sueca Volvo sempre foi inovadora, principalmente nas questões de segurança das pessoas que utilizam os seus veículos. Com exceção do airbag (introduzido no mercado pela Mercedes-Benz), uma significativa parte das patentes, de fato, eficazes, foi desenvolvida pela Volvo. O cinto de segurança com fixação em três pontos, por exemplo, é uma invenção dessa marca. E nesse caso, generosamente, abrindo mão dos royalties, a Volvo (em nome da segurança global no trânsito) liberou a patente para todos os fabricantes utilizarem.
Recentemente, a Volvo Buses (braço da montadora especializado em ônibus) iniciou um período de testes em vias públicas da Suécia com um programa autônomo no segmento de transporte coletivo. Na realidade, é um sistema parcialmente autônomo que, inteligentemente, vai assumir o volante do motorista somente nos momentos em que ele for entrar e sair dos pontos de ônibus nas grandes cidades, já que esses são os instantes de maior tensão e, consequentemente, stress para o condutor de um veículo de porte grande no seu estafante trabalho diário.
Desenvolvido em colaboração com as empresas suecas de transporte público VL e Svealandstrafiken VL, o novo sistema faz parte do projeto “eBRT2030” da União Europeia, que busca estabelecer uma base para soluções autônomas sustentáveis ??e comerciais no segmento automotivo.
Além da questão do alívio da fadiga do motorista ao volante, o projeto da Volvo Buses tem mais dois pontos interessantes: a segurança e o conforto dos passageiros e transeuntes ao redor dos pontos de ônibus e a redução do impacto ambiental, já que as manobras executadas pela central autônoma nas entradas e saídas dos pontos, serão feitas de maneira mais eficaz do que aquelas que um ser humano conseguiria realizar, ou seja, haverá diminuição nas emissões (caso o ônibus ainda tenha motor a combustão). Esse dado, logicamente, não se aplica aos veículos 100% elétricos.
Os danos aos pneus também serão diminuídos, já que o sistema autônomo jamais “atacará” o meio fio por causa de um erro ao volante, assim como, as possibilidades de atropelamento (que são corriqueiras em pontos de ônibus) também serão drasticamente reduzidas sob o comando autônomo.
Veículos autônomos de grande porte já são utilizados em escala considerável nos chamados “ambientes controlados”, como pátios de portos ou vias de minas, por exemplo. Em locais urbanos e de vasto movimento de veículos e pessoas, ainda demorarão a chegar, mas, iniciativas como essa da Volvo Buses já mostram novas possibilidades de condução autônoma que vão além do conforto e comodidade de um condutor de carro de luxo com carroceria pequena. (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)