O sonho pelo carro totalmente autônomo é mais antigo do que se pensa. Desde os anos ´1960 que essa ideia já pairava nas mentes dos engenheiros e designers, além de povoar os roteiros de ficção científica. Eles já existem, mas ainda custam caro e, para funcionar com perfeição dependem de vários fatores, como sinalizações eletrônicas via satélite, placas visíveis aos radares e câmeras dos veículos, faixas pintadas com nitidez no asfalto, internet de altíssima qualidade e legislações condizentes com essa nova realidade. Adicione, também, a coragem dos passageiros em adentrar num veículo e serem conduzidos 100% por uma máquina.
Os carros autônomos já foram qualificados em seis níveis (0 a 5) pela “Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias” ou (NHTSA), entidade norte-americana equivalente ao nosso ´Denatran´ (Departamento Nacional de Trânsito). São eles: Nível 0 (sem automação, ou seja, aonde a condução depende 100% de um motorista); Nível 1 (assistência ao motorista, por exemplo, com piloto automático adaptativo e alerta de saída de faixa); Nível 2 (automação parcial, com sistema de frenagem automático de emergência); Nível 3 (automação condicional, quando o carro consegue fazer curvas sozinho e dispensa as mãos do condutor no volante, mas ainda exige que haja alguém sentado no banco do motorista para assumir em caso de alerta de perigo); Nível 4 (alta automação, quando o carro assume todos os comandos, controles e decisões, dispensando a presença do motorista no assento convencional com volante) e Nível 5 (automação total, que é o veículo realmente 100% autônomo, sem pedais ou volante de direção).
O setor automotivo talvez seja o maior criador de tendências tecnológicas dentre todos os tipos de indústrias ligadas à eletrônica. Sem a menor dúvida, está sendo importantíssimo na transição analógica para os ambientes digitais globais. Pessoalmente acredito que, primeiramente, os veículos desse tipo invadirão ambientes de transporte e/ou manejo de cargas em circuitos fechados (portos, pátios, jazidas de mineração, etc) que lidem com repetição de rota e três turnos de trabalho.
O mercado de veículos autônomos é gigantesco e está começando do zero! Um dos objetivos é conquistar clientes com deficiência visual e de locomoção, idosos e também aqueles que desejem sair de casa e ingerir bebidas alcoólicas à vontade. Veículos autônomos tenderão a ser mais seguros que os carros convencionais com um humano ao volante. O assunto se estende bem mais, se lembrarmos que a garotada de hoje em dia já não se importa tanto em comprar ou não um carro. Talvez prefiram viajar e possuir mais recursos tecnológicos portáteis, adotando, quem sabe, os automóveis compartilhados e livres de manutenção, seguros e impostos.
E esse mercado sai do chão e vai ao céu, literalmente! A Airbus, companhia francesa fabricante de aeronaves, já obteve sucesso em mais de quinhentos voos 100% autônomos no seu moderníssimo Airbus A350-1000. Esse avião taxiou, decolou e pousou com total segurança sem ninguém tocar num botão sequer dentro da cabine. Enfim… chegou a hora de começarmos a conviver com a tal ´Inteligência artificial´. Teremos a previsão digital de rotas com seus cálculos exatos de velocidade, tempo e clima, além da “conversa” eletrônica entre os próprios carros e com os sinais emitidos por semáforos e cruzamentos.
Por fim, as decisões mais racionais ao volante serão tomadas pelos computadores, diminuindo colisões e, consequentemente, acidentes com vítimas fatais. Provavelmente, isso atenuará os terríveis dados anuais ligados ao trânsito que expõem mais de 1,2 milhão de mortos no mundo e centenas de milhares de sequelados que escaparam por pouco, mas que terão problemas físicos e emocionais para o resto da vida. E você: tem coragem de andar num carro ou avião autônomos…? (Fotos: divulgação Siemens / Airbus / Agência FBA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)
