Ainda utilizamos carros com rodas de metal e pneus de borracha, portanto, o mesmo padrão básico de mobilidade se repete há mais de um século. Mas já é possível dizer que os fabricantes automotivos tornaram-se, também, fomentadores de softwares. Lá atrás, a coisa funcionava assim: algum ´nerd´ genial criava um aparato eletrônico e ele era implementado num automóvel e, a partir daí se houvesse aceitação do mercado, esse item continuava em linha, seguindo uma escalada evolutiva. Foi o caso do sistema ABS de frenagem, airbag, dentre tantas outras invenções ligadas à segurança.
Agora, o panorama de progresso desses aparatos eletrônicos inteligentes, já mudou completamente. O patamar atual dos melhoramentos das arquiteturas digitais dos veículos está intimamente ligado à atuação da Inteligência Artificial (IA). E a nova ciranda é facílima de se compreender: humanos – sejam eles motoristas de carros, motos, caminhões, aviões, tratores, navios etc., além dos pedestres e até os animais (que podem, de repente, saltar para dentro de uma pista) são os principais fornecedores de possibilidades de reações ao comando de um veículo automotor ou, fora dele.
Sentados à mesma mesa, engenheiros e máquinas que já ´pensam´ de um jeito diferente de um cérebro humano, e, quer você aceite ou não, agem de uma forma racional e quase emotiva, atuam em conjunto para descobrir novas formas de evitar acidentes no trânsito ou sugerir um comportamento mais adequado para que alguém se transforme num motorista melhor. A Inteligência Artificial já serve para observar pessoas e outras máquinas (sensores, radares, esquemas eletrônicos…) no intuito de buscar o máximo de eficácia em todos os sentidos, seja, como dito, na prevenção de acidentes, como também otimizar aquilo que já está funcionando de maneira satisfatória.
Veja que coisa impressionante: novas plataformas de softwares, criadas inicialmente por seres humanos, agora estão sendo aperfeiçoadas por sistemas de IA na tentativa de atingir a perfeição (ou quase isso) na interpretação de condutas das pessoas. O grande ´big brother´ já existe mesmo! Dados visuais, sonoros e todos os tipos de percepções sensoriais estão sendo monitorados, captados e estudados, principalmente, pela IA.
A questão mais incrível discutida nesse momento é que, por maior e mais avançada que seja a tecnologia, cientistas ainda ficam abismados com as infinitas possibilidades de reações que os seres humanos podem ter ao comando de um automóvel. Essa pluralidade de mistérios da alma ´sapiens´ é um gigantesco desafio da IA, que precisa observar e chegar à conclusões assertivas sobre quais os pontos tecnológicos já instalados nos carros podem evoluir para ´zerar´ chances de erros.
Me admiro demais com esses inimagináveis patamares tecnológicos que a indústria automotiva já conseguiu atingir. Em nome da segurança e da vida, as minúcias biológicas seguem sendo destrinchadas e a atuação humana ao volante, lentamente, perde importância. (Imagem: Microsoft Designer Creator IA / Instagram: @acelerandoporai.com.br)